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Na enxurrada de notícias ruins que nos assola a reunião ampliada do Brasil Metalúrgico realizada no dia 1º de fevereiro no Palácio do Trabalhador foi uma exceção.

Brasil Metalúrgico realiza primeira reunião de 2019Convocada com urgência pelo presidente da CNTM, Miguel Torres, a ela compareceram dirigentes de todas as grandes entidades metalúrgicas (centrais sindicais, confederações, federações e sindicatos) de todo o país e dirigentes representativos de outras categorias que fazem parte do complexo automotivo (químicos, plásticos, borracheiros, vidreiros e comerciários de concessionárias). Imperou a unidade de ação.

Mônica Veloso, também dirigente da CNTM, coordenou a participação pelos modernos meios eletrônicos à disposição de dirigentes metalúrgicos dos Estados Unidos, do Canadá e da Industriall (organização mundial dos industriários). A reunião foi, assim, internacional.

O assunto: a tentativa da GM de enfrentar suas crises descarregando sobre os trabalhadores os custos dela, com a flexibilização de direitos e chantageá-los perante as autoridades públicas com a ameaça de fechamento de fábricas, exigindo subsídios e também arrochar os fornecedores, impondo-lhes condições leoninas de contratos.

Foram repassados todos os encaminhamentos recentes da empresa desde sua estatização pelo governo dos Estados Unidos há dez anos para salvá-la, com apoio dos trabalhadores e sustentação dos contribuintes e seu descaso hoje por esta história, predominando o apetite rentista da empresa e – no caso brasileiro – sua tentativa de carona nos constrangimentos criados pela lei trabalhista celerada e pela conjuntura nacional.

O presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, fez em inglês o trocadilho que marcou a reunião: ao invés de General Motors devíamos dizer General Monsters.

As palavras de ordem mais determinantes foram a resistência e a unidade de ação, cujos efeitos já se fizeram sentir no mesmo dia da reunião com anúncio pela empresa de seu recuo nas pretensões flexibilizantes. O alerta teve o seu papel.

A assembleia internacional dos trabalhadores metalúrgicos (e das outras categorias representadas) deu um basta nas chantagens da GM e alertou as demais montadoras e os fabricantes para que não a copiem.

Foi aprovada a preparação de um ato internacional, em data a ser definida, nas fábricas da GM com a participação de todas as organizações metalúrgicas e a solidariedade ativa dos dirigentes de outras categorias envolvidas.

Nos corações e mentes de todos inscreveu-se o lema forte: é preciso lutar, é possível vencer.

João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical da FNE

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