Quarenta cursos de pós-graduação com temáticas vinculadas ao desenvolvimento regional serão implantados na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) até 2012 por meio do programa Acelera Amazonas, elaborado pela Secretaria de Estado de C&T (SECT)
O programa foi apresentado ao diretor de Programas de Pós-Graduação da Capes, Emídio Cantídio de Oliveira Filho, que esteve em Manaus no fim de semana e manteve reunião com o secretário Estadual de C&T, José Aldemir de Oliveira, sobre o estabelecimento de parcerias e o fortalecimento dos programas de formação.
O Acelera Amazonas propõe-se a implantar 20 mestrados e 20 doutorados na UEA, no período de 2007 a 2012, nas áreas de biotecnologia; engenharias elétrica/eletrônica, mecânica, mecatrônica, química, ambiental, naval, transporte, produção, computação e molecular; odontologia, ensino de ciências e matemática, educação, geografia física e humana, antropologia, arqueologia, lingüística, direito ambiental, meteorologia e hidrologia, geologia e história.
O programa prevê ainda parcerias acadêmicas com a USP, UFRJ, UFF, Unicamp, UFPE e UnB, além de parcerias institucionais com a Ufam, Inpa, Cefet, Capes, CNPq e Suframa.
Segundo José Aldemir, a proposta é formar em nível de mestrado e doutorado, no mínimo, 500 professores da UEA em temáticas vinculadas ao desenvolvimento regional do Estado do Amazonas.
“O projeto é arrojado e prevê investimento de R$ 30,4 milhões até 2012, porque precisamos aumentar o número de doutores e mestres na região. Indicadores socioeconômicos que ainda situam o Amazonas com um dos estados brasileiros com menor percentagem de recursos humanos pós-graduados são empecilhos à construção de modelos de desenvolvimento econômico e humano sustentáveis e mais investimentos na formação de recursos humanos, por parte do Governo Federal”, disse o secretário, ao lembrar que o Amazonas, de forma proporcional, é o estado que mais tem investido em educação superior e C&T.
O diretor da Capes informou que a coordenação, que também executa o “Acelera Amazônia”, terá, em 2008, um aumento de 5% no valor do seu orçamento com relação a 2007 para investimento em bolsas de pesquisa.
Ele reconheceu que os recursos aplicados na Amazônia ainda são poucos, mas argüiu que estão proporcionalmente ligados ao número de cursos e de recursos humanos pós-graduados desenvolvendo pesquisa.
Lembrou que o fato de alguns cursos de pós-graduação terem recebido nota 3 não significa que sejam ruins. “A maioria dos cursos são novos, e ainda estão investindo em infra-estrutura e em bolsas”, defendeu Emídio.
Exlicou ainda que a Capes pode se associar ao programa estadual através do “Acelera Amazônia” que pretende ampliar o número de doutores na região e prevê recursos para a concessão de bolsas de apoio a recém-doutores, desenvolvimento de laboratórios, e mobilidade de docentes, por meio do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) e do Projeto de Doutorado Interinstitucional (Dinter). Atualmente, a região Norte possui um total de 141 cursos de pós-graduação, sendo 111 de mestrado e 35 de doutorado.
“Nós vamos participar desse esforço concentrado para implantar o Acelera Amazonas com a idéia a nível regional é necessário pensar quais são os principais investimentos em ciência e tecnologia existentes na Amazônia e que rumos devem ser seguidos para que esses investimentos cresçam cada vez mais, tanto do ponto de vista da Capes e do CNPq. Mas, essa luta também passa pela mobilização da classe política e de ações como a que está sendo feita pela Comissão da Amazônia. É importante o protagonismo do Amazonas porque as ações do Governo do Estado, através da Sect e da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas) estão tendo eco a nível nacional”, declarou.
O presidente da Fapeam, Odenildo Sena, a diretora técnica, Elisabeth Brock, e os pró-reitores de pesquisa e pós-graduação UEA e UFam, respectivamente, José Luiz de Souza Pio e Altgran Soares, participaram da reunião, destacando pontos importantes para o incremento da parceria com a Capes.
Sena apresentou a Cantídio os indicadores de resultados da Fapeam, informando que além de ter assumido a liderança (à frente do CNPQ e da própria Capes) na concessão de bolsas de mestrado e doutorado no Estado, a instituição 5,6 milhões na infra-estrutura das instituições de ensino e pesquisa com a construção de prédios e implantação de laboratórios.
“Estamos fazendo direitinho a lição de casa e cumprimos assiduamente nossas obrigações quando trabalhamos em parceria, por isso devemos ter um tratamento especial por parte do Governo Federal”, finalizou. (Assessoria de Imprensa SECT)
Autor: Carlos Abraham - SENGE/SC
