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Não é de hoje que profissionais e organizações sociais vêm alertando sobre a vigilância na internet e a apropriação de dados pessoais para uso desconhecido. Recentemente, um produto que faz isso com crianças chamou a atenção da agência reguladora de telecomunicações da Alemanha, que proibiu de vez sua comercialização. Trata-se da boneca Cayla, da fabricante Genesys Toys, de Hong Kong, com sede nos EUA.
A boneca possui dispositivos de comunicação com a internet, com um sistema inteligente que formula perguntas e se comunica com a criança, buscando na web a resposta àquelas perguntas.
Segundo o alerta dado pelo órgão regulador alemão, o perigo é o brinquedo, que possui microfone e conexão bluetooth, transmitir dados de forma despercebida, além, é claro, de levar para o mundo da web a vida de milhares de crianças.
Com o crescente interesse dos pequenos pelo mundo digital, cada vez mais tablets e smartphones estão fazendo parte do universo infantil. Com isso, as fabricantes começaram a investir em brinquedos conectados a aplicativos ou à internet para as mais diversas coisas.
Em 2015, a Mattel já havia lançado a Barbie 'inteligente', que utliza a rede wi-fi para conversar com crianças. Produtos como esse violam a legislação alemã.
A recomendação final do órgão é para os pais que compraram a boneca desativá-la e o comércio alemão deve retirar as bonecas de circulação, sob pena de prisão de dois anos.
“Objetos que ocultam câmeras ou microfones e que podem transmitir dados de forma despercebida ameaçam a esfera privada das pessoas”, manifestou em comunicado o presidente da Agência, Jochen Homann.

Pesquisa
Em março de 2015, a Anistia Internacional divulgou uma pesquisa inédita sobre vigilância e privacidade na internet que demonstrou que 59% dos respondentes se opõem a que governos monitorem seus próprios cidadãos e 71% reprovam a espionagem dos Estados Unidos a outros países. . O estudo conduzido pelo YouGov, a pedido da organização, ouviu mais de 15 mil pessoas em 13 países, incluindo o Brasil.
A vigilância e apropriação de informações, via rede mundial de computadores, ganhou mais destaque em junho de 2013, quando Edward Snowden, ex-analista de sistemas da NSA, agência de segurança na internet dos Estados Unidos, revelou que a agência foi autorizada a acompanhar os telefones e a utilização da internet em 193 países ao redor do mundo, coletando 5 bilhões de registros de localização do telefone móvel por dia e 42 bilhões de registros de internet por mês – incluindo e-mail e histórico de navegação de cidadãos. O vazamento colocou a Aliança dos Cinco Olhos – composta por cinco países: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – no centro da discussão global sobre quais são os limites da vigilância em massa.

Deborah Moreira, com agências internacionais

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