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A primeira palestra do Seminário “Pontes, viadutos, barragens e a conservação das cidades – Engenharia de manutenção para garantir segurança e qualidade de vida”, ocorrido no início da tarde de terça-feira (16/4), na sede do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), na capital paulista, abordou a situação das pontes e viadutos.

Abertura do seminário sobre Engenharia de Manutenção. Foto: Beatriz Arruda/Comunicação SwwapEdilson Reis, diretor do SEESP e do Conselho de Transportes e Mobilidade Urbana do sindicato, coordenador da mesa, iniciou as atividades lembrando que é fundamental dar o mesmo peso político aos departamentos de manutenção em todos os setores: “A área de operação se sobrepõe, é mais visível, mais prestigiada. Temos que colocar uma lupa na manutenção, que é o setor que garante segurança”.

O engenheiro Ciro Araújo, chefe da Seção de Engenharia de Estruturas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), fez uma ampla apresentação sobre o modelo de inspeção nos equipamentos, incluindo desde nomenclaturas e critérios utilizados para a classificação das obras, até a expertise profissional, fundamental para coordenar esse tipo de trabalho. Ele também mostrou fotos que ilustraram o péssimo estado de conservação que se encontram as pontes e viadutos em todo o País. Em várias imagens foi possível constatar que é preciso o uso de EPIs - equipamentos de proteção – específicos para a realização dos reparos como no caso de lajes internas que acumulam água (os caixões), que dão peso adicional a obra, sobrecarregando a estrutura da mesma.

Ele também explicou que é a experiência do engenheiro que conta no momento de decidir uma interdição parcial ou total de um viaduto ou ponte para a realização de um conserto. Para ele, é imprescindível realizar diversos testes e análises antes de se concluir algo. “Para postergar o tempo de vida útil de uma obra é importante aumentar a periodicidade das manutenções. Ou seja, realiza-las dentro do tempo previsto, adotando a forma mais correta, após análise da situação geral, e não deixar acumular as manutenções, que isso encarece”, comentou.

Já o presidente da Regional São Paulo do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), Fernando Mentone, apresentou um levantamento produzido pela entidade, desde 2005, que faz parte da Campanha pela Manutenção do Ambiente Construído, que reúne inspeções visuais (mais simples) realizadas em diversas obras de arte urbana (estruturas como pontes e viadutos) em diversas capitais brasileiras. “Encontrou-se diversos tipos de patologias devido a ausência de manutenção. E não é só um problema brasileiro. É um problema do mundo todo. Etnretando, os países europeus, Estados Unidos e Canadá fazem com maior frequência. Os Estados Unidos é o país que desenvolveu mais esse tipo de inspeção”, revelou Mentone.

O estudo, intitulado “Infraestrutura: prazo de validade vencido”, avaliou 75 obras em 22 cidades brasileiras, sendo 11 capitais e as demais cidades no interior do estado de São Paulo. Já houveram três fases do estudo - 2005, 2007 e 2017 - nos quais é avaliado o estado aparente de conservação de pontes, viadutos, estradas, galerias pluviais, entre outros. Em 2007, o material coletado resultou em um Termo de Ajuste de Conduta, entre o Ministério Público e a Prefeitura de São Paulo, para que fossem investidos recursos na manutenção do patrimônio construído. Ele lamentou que o TAC não foi cumprido e o que se vê nos últimos meses é a constatação da necessidade de se realizarem os reparos acordados no TAC.

Outro ponto comentado pelo presidente do Sinaenco, é a dotação orçamentária que não prevê recursos necessários para a realização das manutenções de forma eficaz.

Também integraram a mesa o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Acre e diretor da FNE, Sebastião Fonseca; e o presidente da Delegacia Sindical de Jundiaí e delegado sindical na CPTM, José Augusto de Moraes, que fez uma explanação final sobre a preservação dos equipamentos públicos a partir da utilização das novas tecnologias: “Temos os novos e velhos engenheiros. Os novos estão com muito controle. Os velhos com a experiência. Temos que fazer dessa escada uma rampa. Me formei em 1982 e naquela época a gente já previa o caos da drenagem nas cidades, nos anos 2000. Hoje estamos vivendo isso. Com os controles, temos aparelhos mais precisos e que nos possibilitam chegar a um diagnóstico mais real da situação”.

Para Moraes, deve-se unir a aplicação desse controle com a vontade das novas gerações. “Devemos usar os drones, os vídeos, a digitalização, tudo para monitorar essas pontes e exercer um maior controle sobre a qualidade das obras”, concluiu.

Deborah Moreira - Comunicação Seesp

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