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O Brasil pode e deve adotar medidas para a preservação das vidas e das empresas, simultaneamente. Não há contradição entre as duas questões, como avalia o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Junior, em entrevista à Rádio Brasil Atual. Afinal, não é possível pensar que as companhias vão funcionar normalmente se os trabalhadores estiverem em risco.

Foto: pixabay/geralt / Site da Organização das Nações Unidas

A previsão do Dieese é que o endividamento acumulado vai demandar um novo pacto social para superar a crise. Com a previsão de uma recessão econômica mundial, especialistas cobram maior presença do Estado no sentido de equilibrar as relações políticas, sociais e econômicas para o enfrentamento dessa crise.

É o que defende o técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Diante dessa necessidade, entra o Estado como agente que pode garantir algum nível de atividade e a renda no curtíssimo prazo. Porque os empresários pensam: se não vendo, não tem como pagar salários. Daí a importância do papel do Estado na proteção, inclusive de trabalhadores”, argumenta.
 

Ele afirma que a saída é o poder público, "combinado com os agentes econômicos, encontrar uma saída para colocar a economia para girar, oferecendo crédito, transporte, logística, entre outras medidas”. Outra ação proposta seria a desoneração da folha das empresas em contrapartida à manutenção dos postos de trabalho. 
 

“É possível pensar em repactuar a sociedade, especialmente a partir do processo de endividamento que vai ocorrer entre as famílias e as empresas. As empresas não vão quebrar no período de quarentena, mas após esse período, quando voltarmos à normalidade. É aí que o Estado tem que atuar, para refazer contratos e alongar o perfil das dívidas. Em alguns casos, perdoando-as”, afirma Fausto Junior.
 

Como enfatiza Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, em seu artigo "Enfrentar a crise com coragem e responsabilidade", "na administração dessa situação, ponto absolutamente vital é que os governos e o Parlamento enxerguem com clareza a necessidade de abandonar a ideia do Estado mínimo, do ajuste fiscal e direcionem recursos à saúde e à assistência social. É preciso atender a população e assegurar que ela tenha meios de subsistência".

Ele complementa: "Antes mesmo da pandemia, o Brasil já enfrentava graves índices de desemprego e pobreza. A situação tende a piorar agora, e o Estado deve agir pensando em toda a sociedade. Precisamos preservar empresas e empregos para o pós-crise, mas não é possível que isso seja feito penalizando os já mais vulneráveis, cortando ainda mais direitos sociais e trabalhistas. É hora de pensar e agir com coragem e responsabilidade. Vamos em frente."

Em atendimento à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o sindicato suspendeu as atividades presenciais até 7 de abril próximo, sem, contudo, cessar o atendimento e orientação a seus representados ou se omitir diante da grave pandemia causada pelo novo coronavírus. Assim, tem apresentado propostas e difundido informações diariamente. Além disso, insiste na importância de que as entidades dos trabalhadores sejam ouvidas na formulação de medidas pelos poderes instituídos neste momento.

Comunicação Seesp, com informações da Agência Sindical

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