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juntos contra covid 19Desde que o novo coronavírus chegou ao país, diversas iniciativas têm surgido para minimizar, a cada dia, a pandemia. Entre elas está a Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde do DF, projeto idealizado pela Fiocruz Brasília, em parceria com as Secretarias de Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, a Universidade de Brasília (UnB) e a Fundação de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal.

Inédita no Brasil, a iniciativa foi lançada na última quarta-feira (29/4) e busca uma atuação rápida no território com um conjunto de ações: análise da situação da saúde, produção e tradução do conhecimento e distribuição de informações científicas para os profissionais da Atenção Primária à Saúde, porta de entrada do SUS. Com a plataforma, é feita a coleta, análise e monitoramento de dados epidemiológicos das comunidades fornecidos pelos trabalhadores – divididos em comitês, de acordo com cada região – para avaliar a situação de risco da doença no DF e elaborar estratégias para diminuir a propagação do vírus. Os trabalhadores da saúde podem enviar seus questionamentos, que serão respondidos em até 24 horas por uma rede de pesquisadores, baseado em estudos e nas melhores evidências, para que esses profissionais possam intervir nos territórios e mudar o cenário local.

A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, explicou que a construção da plataforma foi pensada desde o início da pandemia, quando surgiu a necessidade reorganização dos serviços e a garantia de permanência do apoio acadêmico e tecnológico aos profissionais residentes da Escola de Governo Fiocruz - Brasília, vinculados à Atenção Primária à Saúde (APS), onde a população garante o seu primeiro acesso aos serviços e identifica respostas às demandas de surtos e epidemias, diminuindo o encaminhamento aos hospitais. “Buscamos unir os nossos esforços para apoiar a APS e ampliar a sua capacidade de atendimento. A plataforma dialoga também com as diretrizes da Fiocruz, no sentido de construirmos ferramentas ágeis para responder as demandas da sociedade”, ressaltou Fabiana. Para a diretora, uma atenção primária estruturada e fortalecida no DF permite definir estratégias para o enfrentamento de emergências em saúde pública, especialmente nas zonas de maior vulnerabilidade.

A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, e o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilvam Máximo, destacaram a importância da ciência para o combate à pandemia e a importância da parceria entre as instituições.

Inicialmente, a iniciativa foi pensada para atender os 180 residentes da Escola de Governo Fiocruz - Brasília que atuam diretamente em todos os territórios do DF, para que se tornem multiplicadores das soluções identificadas. Mas o sistema funcionou tão bem que foi ampliado e hoje oferece suporte aos mais de 32,5 mil gestores e profissionais que trabalham nos serviços de Atenção Primária à Saúde. O projeto iniciou os atendimentos em uma sala da Fiocruz Brasília no dia 25 de março e foi transferido para uma instalação localizada na UnB, em frente ao prédio da Fundação.

Aumento do número de casos

O Brasil registrou, até o dia 29 de abril, 85.380 casos de Covid-19, sendo 1.356 no Distrito Federal (DF), em que o primeiro caso foi confirmado em 5 de março. Segundo epidemiologistas, o número deve aumentar com a ampla circulação do vírus, as transmissões comunitárias e os casos de transmissão nos hospitais e de infecção nos profissionais de saúde já relatados pelas Secretarias de Saúde dos estados e municípios. 

Com o crescimento da curva de contágio no Brasil, vem a preocupação com as regiões de maior vulnerabilidade social. No DF, como em todo o território brasileiro, existem locais em que, pelas condições de vida e habitações precárias, além da falta de acesso às informações, a doença pode ganhar outra proporção e afetar o Sistema de Saúde. A Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde do DF permite o mapeamento das áreas com as populações mais vulneráveis e com maior risco de propagação da doença em cada região administrativa, para frear o vírus.

O professor da Universidade de Brasília Jonas Brant, destacou a importância do isolamento social para que a população não atue como vetor da doença e ajuda na propagação. Ele afirmou ainda que as instituições estão se organizando para coordenar espaços de ensino e apoiar municípios e estados a criarem salas de situação para decisões de qualidade em curto espaço de tempo.

Para o coordenador de Integração Estratégica da Fiocruz Brasília, Wagner Martins, uma das formas de diminuir a curva de contágio é construir mais redes de pesquisadores, compartilhar recursos, transformar informações em ação e apoiar os profissionais que estão agindo onde a situação está ocorrendo. “É onde vamos juntar as expertises da comunidade, da ciência e das instituições e ter uma conexão em tempo real com as pessoas para passar as informações. As parcerias são fundamentais para a sustentabilidade das ações de enfrentamento da Covid-19 e mostra que nada pode ser feito de forma individual. Vivemos hoje um processo que cada dia fica mais claro que precisamos de cooperação e integração para atuar na crise”, afirmou.

A rede de pesquisadores formada pela plataforma permite ainda a revisão rápida da síntese de evidências científicas sobre temas relacionados à Covid-19, agilizando o processo para que as pesquisas com os resultados, achados e avanços possam ser compartilhadas, beneficiando os cientistas e a saúde da população. Normalmente, os artigos científicos pode demorar meses ou até anos para serem publicados, o que dificulta o combate a doenças e pandemias como a do novo coronavírus.

Os profissionais de saúde da linha de frente de combate ao novo coronavírus do DF também contarão com atendimento psicológico online para acolhimento e cuidado com a saúde mental durante a pandemia. Este serviço é coordenado pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, e conta com parceria do Conselho Regional de Psicologia do DF. Saiba mais aqui

Fiocruz

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