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Cresce Brasil

No domingo 26 de julho, o professor Celso Furtado faria 100 anos. Diversas instituições realizam atividades e instituíram 2020 como Ano Comemorativo Celso Furtado.

celso furtado divulgacao CCBNBReconhecido mundialmente como um dos mais importantes economistas brasileiros, Celso Furtado aliou uma análise criteriosa das condições e da dinâmica do subdesenvolvimento do Brasil, com a prática política e a gestão de instituições públicas, como na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e dos Ministérios do Planejamento e da Cultura.

Suas obras marcam momentos oportunos da história do País, temas de extrema relevância sobre a ordem econômica e a trajetória da economia e da sociedade brasileiras. As análises e estudos que deixou transcendem seu tempo, como em obras clássicas como “Formação econômica do Brasil” (1959); “Desenvolvimento e subdesenvolvimento” (1961); “Dialética do desenvolvimento” (1964); “Um projeto para o Brasil” (1968); “Análise do ‘modelo’ brasileiro” (1972); “A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina” (1973); “O mito do desenvolvimento econômico” (1974); entre outras.

Para Artur Araújo, consultor do projeto Cresce Brasil +Engenharia +Desenvolvimento, da FNE, a extensa obra bibliográfica de Furtado é comparável à decisiva obra prática do economista. “A liderança e participação de Furtado na criação do BNDES e da Sudene possibilitaram ao País sair do atraso no financiamento da infraestrutura e na redução do flagelo da seca. A importância desses feitos para a engenharia brasileira é inestimável”, ele ressalta.

No domingo, a Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia (Abed) lançará, em evento virtual, um livro comemorativo dos 100 anos do professor, intitulado “Celso Furtado – Os combates de um economista”, acompanhando o título do artigo de sua companheira, Rosa Freire, pela Fundação Perseu Abramo e Editora Expressão Popular.

O livro reúne a colaboração de intelectuais de gerações diferentes, autores e autoras de diversas partes do País. A obra conta, ainda, com o apoio do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento (CICEF), do Conselho Federal de Economia (COFECON), da Associação dos Funcionários do Ipea/Sindicato Nacional dos Servidores do Ipea (Afipea-Sindical), do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical) e da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor) e da Tricontinental.

A Abed formou uma Comissão Editorial integrada por Antônio Carlos Galvão, Inês Patrício, César Bolaño, Marcelo Manzano, Mariano Macedo e Nelson Le Cocq d'Oliveira e Rogério Chaves, que decidiu, nesta edição, homenagear por nota os professores Wilson Cano e Carlos Lessa, falecidos recentemente.

Prefaciado por Conceição Tavares (RJ), o livro traz uma entrevista com Celso Furtado realizada, em 1996, por Mário Teodoro (DF), o texto Metamorfoses do capitalismo, do próprio Furtado (2002), e contribuições valorosas de Rosa Freire, Saturnino Braga, Glauber Carvalho (CICEF, RJ), Clélio Campolina Diniz (MG), Carlos Brandão (RJ), Leonardo Guimarães Neto e Tânia Barcelar (PE), Sérgio Buarque (PE), André Martins (PE), Ricardo Bielschowsky (RJ), José Cassiolatto e Helena Lastres (RJ), Ruben Sawaya (SP), Nelson Le Cocq (RJ), Sérgio Kapron (RS), César Bolaño (SE), Danilo Fernandes, Harley Silva e Valcir Santos (PA) e Luise Vilares (DF).

Entre os temas presentes nessa coletânea, destaque para reflexões sobre o legado de Furtado no debate sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento; estruturalismo; papel da criatividade e da ciência e tecnologia; capital transnacional, controle sobre a periferia e dependência; e a questão da cultura e da comunicação.

Saiba mais pelo Facebook do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento

Live

celso furtado centenario cntu

Na terça-feira, 28/07, a TV UEG (Universidade Estadual de Goiás) promove uma edição especial do "Diálogos Econômicos Especial", que homenageia o Centenário de Celso Furtado. Estão programados para ocorrer os seguintes painéis: Formação Econômica do Brasil, com o professor Dr. Eduardo Borges (UEG/CSEH-Anápolis); Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico, com o professor Dr. Glauber Xavier (UEG/CSEH-Anápolis); Criatividade e Dependência na Civilização Industrial, com o professor Dr. Marcelo Moreira (UEG/CSEH-Anápolis); O mito do Desenvolvimento, com o professor Dr. Ângelo Cavalcante (UEG/Itumbiara); e o pensamento de Celso Furtado para o Centro-Oeste, com a professora Dr.ª Divina Lunas (UEG/CSEH-Anápolis).

Assista à live, a partir das 19h30, acessando: www.tv.ueg.br ou www.youtube.com/uegtv.

Trajetória

Celso Furtado é o economista brasileiro mais reconhecido no mundo, tendo sido indicado ao prêmio Nobel de Economia em 2004, mesmo ano em que faleceu de ataque cardíaco no Rio de Janeiro.

Sua obra é considerada cosmopolita, com ênfase no desenvolvimento, sem deixar de lado as questões brasileira e especificamente nordestinas. Foi docente das mais importantes universidades do mundo. Nascido no sertão da Paraíba, se mudou para o Rio de Janeiro em 1939 para cursar Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com o curso concluído após cinco anos foi convocado para a Segunda Guerra Mundial e ao fim dos combates deu início ao doutorado em economia na Universidade de Paris-Sorbonne, concluído em 1948 com uma tese sobre a economia brasileira no período colonial.

Retornou ao Brasil, no serviço público, mas logo em seguida passou a integrar, no Chile, a recém-criada Cepal, da Organização das Nações Unidas (ONU). Na década de 1950, voltou ao Brasil e atuou no planejamento de metas para a economia brasileira. Foi o criador da Sudene. Sua obra mais consagrada, “Formação Econômica do Brasil”, foi publicada em 1959, no mesmo período em que ocupava o cargo de diretor do BNDES.

Em 1962, tornou-se primeiro titular do Ministério do Planejamento, no governo João Goulart. Dois anos depois, após o golpe militar, Celso Furtado teve os direitos políticos cassados e partiu para o exílio, lecionando em universidades americanas e francesas. Retornou ao Brasil após a anistia, em 1979.

Foi eleito, em 7 de agosto de 1997, oitavo ocupante da cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono Fagundes Varela. Tomou posse em 31 de outubro, recebido pelo acadêmico Eduardo Portella.

Comunicação Seesp

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