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Elas são apenas 18% dos profissionais ativos na área, embora já representem 37% dos concluintes dos cursos de graduação. País não pode se dar ao luxo de perder mão de obra qualificada e precisa garantir ingresso e permanência femininas nas profissões tecnológicas.

Mulheres na Engenharia - IlustraçãoNesta quarta-feira (23/6) comemora-se o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, uma boa oportunidade para lembrarmos a necessidade de ampliar a participação feminina na profissão.

É verdade que temos avanços a comemorar, mas ainda há muito o que fazer. Se no passado eram raridade na profissão, as mulheres hoje são 37% dos estudantes concluintes dos diversos cursos. A participação ainda minoritária, mas crescente, é dado positivo.

No entanto, quando se verificam as profissionais ativas, esse percentual cai para 18%, o que aponta a necessidade de ações que propiciem o ingresso e a permanência das mulheres nesse mercado, assim como sua ascensão na carreira. Felizmente, já temos mulheres, nas diversas modalidades e setores econômicos, inclusive em cargos de comando, e muitas profissionais com carreiras de sucesso já demonstraram que competência e capacidade nada têm a ver com gênero. Mas ainda temos um vasto caminho a percorrer até a paridade.

É importante notar que a relevância dessa agenda não se dá apenas para garantir oportunidades iguais às mulheres, o que obviamente é fundamental, mas também porque o País não pode abrir mão do talento e da competência de metade da sua população por mero preconceito. O desenvolvimento nacional, o sistema produtivo, a sociedade precisam das engenheiras.

Alcançar essa meta requer compromisso das entidades profissionais e principalmente das universidades e empresas, assim como dos governos e parlamentos. Ressalte-se que não se trata de oferecer privilégios ou condições especiais, mas de retirar obstáculos que muitas vezes tornam-se intransponíveis em prejuízo de todos.

Para realmente alterarmos esse quadro será necessária uma combinação de mudança cultural e políticas públicas, começando pela educação básica, na escola e em casa. No Brasil, obviamente, ainda é anseio e não realidade um sistema de ensino público universal de qualidade. Está claro que ainda precisamos superar precariedades elementares nesse campo, mas é mandatório que as meninas sejam estimuladas a se aventurar pelas disciplinas exatas e pelas ciências para que possam ter a oportunidade de optar por elas de forma natural no futuro.

Enquanto não chegamos a esse ponto ótimo desejado, fica o incentivo às colegas engenheiras para que não admitam que posturas retrógradas e descabidas as afastem da sua vocação. Exijam respeito e não temam em se colocar como protagonistas das suas vidas e profissão. A engenharia precisa de vocês.

Eng. Murilo Pinheiro – Presidente