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“Hoje e amanhã, Rio Branco é a capital da engenharia nacional”, comemorou o prefeito da cidade, Marcus Alexandre, na abertura do Fórum de Engenharia e Desenvolvimento Sustentável, promovido pelo Senge Acre e pela FNE, nos dias 14 e 15 de junho. Integrante do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” e promovido no espírito do movimento “Engenharia Unida”, o evento reuniu profissionais e estudantes do município, além de visitantes de várias partes do Brasil, no auditório da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Anfitrião da atividade, o presidente do sindicato, Sebastião Fonseca, também destacou a importância de reunir a engenharia brasileira em Rio Branco para discutir o crescimento da cidade, do estado do Acre e do Brasil. Minoru Martins Kinpara, reitor da Ufac, saudou o compromisso do Senge com o desenvolvimento, a importância da atividade e da categoria: “Países que trilharam o caminho do desenvolvimento optaram por ciência, tecnologia e inovação. As soluções para o estado e o País passam pelas mãos dos engenheiros.”

O secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Edgar de Deus, também parabenizou o Senge e a FNE “pelo trabalho extraordinário em relação ao Rio Acre”. Ele manifestou “a gratidão do governo do Acre” pelo empenho dos técnicos envolvidos no projeto que visa buscar soluções para a variação de vazão do rio, cujas cheias e secas prejudicam a população com graves inundações ou com cortes no abastecimento de água. Em 2015, conforme informou  Marcus Alexandre, devido às fortes chuvas, foi decretado estado de emergência em oito municípios simultanea­mente. “Neste ano, estamos trabalhando para recuperar os danos causados. Espero que a engenharia nos ajude a encontrar a solução”, afirmou o prefeito.

O primeiro passo dessa tarefa foi apresentado durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável, na programação do dia 15 de junho: os resultados da expedição ao Rio Acre realizada por 26 profissionais, em março último, com o objetivo de levantar dados que sirvam de base à implementação de soluções técnicas e políticas públicas ao problema. As informações obtidas foram sistematizadas e publicadas no relatório “Levantamento das condições geológicas e hidrológicas do Rio Acre para implantação de medidas estruturantes de regularização de vazão e contenção de enchentes”, lançado no evento.

Ainda na abertura, a equipe de expedicionários, que teve a coordenação da bió­loga Vera Lúcia Reis, foi homenageada pelo Senge e pela FNE.

 

Em defesa da profissão e do País

Abrindo as palestras do dia 14, o presidente da FNE, Murilo Pinheiro, cumprimentou os profissionais que atuaram no trabalho de pesquisa no Rio Acre e lembrou que a iniciativa coaduna-se com o projeto “Cresce Brasil”, que desde 2006 atua na formulação de proposições pelo crescimento econômico do País e melhoria da qualidade de vida da população.

Para o dirigente, também está na pauta da entidade, e do conjunto de forças que compõem a “Engenharia  Unida”, a discussão da crise que assola o País. Segundo ele, é responsabilidade da engenharia, “que deve ser um propulsor do desenvolvimento”, apresentar soluções para ajudar o Brasil a retomar a normalidade na atividade econômica. Ele fez ainda um chamado à participação política de todos, especialmente da juventude, que compareceu em peso ao auditório da universidade federal. “Não podemos deixar de nos indignar e temos que dar a nossa contribuição”, asseverou.

Juventude e inovação

Os desafios do jovem profissional foi o tema abordado por Marcellie Dessimoni, coordenadora do Núcleo Jovem da FNE. Em diálogo com a plateia, ela convidou os estudantes presentes a fazerem reflexão sobre o que o mercado de trabalho e a sociedade esperam daqueles que em breve serão responsáveis por operar o sistema produtivo no Brasil. Entre as características essenciais, concluiu ela, estão a ética e a capacidade de inovar e liderar.  E fez uma aposta para o futuro próximo: “Somos a geração que pode transformar o Brasil.”

Na mesma linha, o coordenador do Conselho Tecnológico do Seesp, José Roberto Cardoso, afirmou ser essencial que o engenheiro seja criativo, inovador e empreendedor. Ele lembrou ainda que a academia precisa ampliar o foco na formação, que deve voltar-se também ao mercado, deixando de privilegiar a ideia de multiplicar cientistas e pesquisadores.

Bambu e mobilidade

Na programação do dia 15, além da apresentação do relatório da expedição ao Rio Acre, o Fórum de Desenvolvimento abordou o potencial agroindustrial do bambu, destacado no Acre. Para falar sobre o tema, foram escalados Mark James Neeleman, presidente da BaamboozAr, a arquiteta Marlúcia Cândida de Oliveira Neves e Dixon Gomes Afonso, presidente  do Instituto SIAmazônia. O secretário estadual de Agricultura e Pecuária, José Carlos Reis da Silva, também compôs o painel e falou sobre a produção agrícola local.

Os desafios da mobilidade foram o assunto tratado pelo prefeito Marcus Alexandre, pelo secretário municipal  de Desenvolvimento e Gestão Urbana, Ricardo Araújo, pelo deputado estadual Jamyl Asfury (PDT) e pelo arquiteto Jorge Silveira. O jornalista e blogueiro Altino Machado atuou durante a programação de todo o dia como mediador dos debates.

Confira as apresentações sobre a expedição ao Rio Acre, a mobilidade em Rio Branco e agroindústria do Bambu no site da FNE: http://www.fne.org.br/index.php/biblioteca/apresentacoes

 Rita Casaro