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Em 1747, antes da Revolução Francesa, nascia em Paris a primeira Escola de Engenharia do mundo: École Nationale Des Ponts Et Chaussés. No Brasil, a família real fundou em 1808 a Real Academia Militar de Engenharia.

Nesses 210 anos de engenharia no Brasil, destaco obras de fundamental importância: Usina Hidrelétrica de Itaipu – a segunda maior do mundo, em Foz do Iguaçu (PR), de 1984; construção de Brasília (DF), em 1960; Ponte Rio Niterói (RJ), de 1974, maior ponte de concreto protendido do hemisfério sul e a sexta do mundo, com 13,29km de comprimento e altura máxima de 72 metros; Viaduto 13-Vespasiano Corrêa (RS), de 1978, o mais alto das Américas e o terceiro do mundo, com 143 metros de altura e 509 metros de comprimento; Cidade Administrativa de Minas, em Belo Horizonte (BH), de 2010, o maior prédio de concreto protendido do mundo, com projeto de Oscar Niemeyer; transposição do Rio São Francisco, um dos maiores projetos de infraestrutura do mundo, que levará água a 390 municípios, beneficiando 12 milhões de pessoas.

Soma-se a essa lista de feitos da engenharia brasileira a descoberta e a extração do petróleo na camada do pré-sal, com reservas estimadas em 176 bilhões de barris de petróleo e gás, retirados a uma profundidade de até 7km abaixo do nível do mar.

O agronegócio brasileiro transformou-se em superpotência mundial. O País é o segundo produtor e exportador de soja, o líder na exportação de carne bovina e o segundo na exportação de frango. Ainda, é o maior produtor e exportador de café, açúcar e suco de laranja; o quarto em carne suína; e o terceiro maior produtor de milho.

O Brasil de hoje pede o apoio da área tecnológica para vencer a crise. É o único caminho: mais engenharia e mais desenvolvimento, conforme propugna o projeto “Cresce Brasil”, da FNE. No entanto, operadores jurídicos querem interditar a engenharia brasileira. Hoje, de leigos a profissionais do Direito querem opinar nas questões que deveriam ser restritas à área tecnológica. Basta! Urge haver autonomia e ações firmes para a garantia livre do exercício legal da profissão. O vasto acervo das obras e serviços de engenharia levou o Brasil a ser a décima economia do mundo.

A política vive uma tormenta, com a Lava Jato expondo as vísceras da corrupção, e o Brasil à beira de uma decisão importante: escolher um presidente e um Congresso que façam a transição do atual quadro de indecisões e desgoverno. O nosso desenvolvimento necessita de uma política pública de Estado para quebrar as amarras das forças políticas atrasadas e egoístas que dilapidam a alma, o orgulho e as esperanças do povo brasileiro. Libertas quae sera tamen! Liberdade, ainda que tardia!

Sebastião Fonseca é presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Acre (Senge-AC) e diretor da FNE