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Depois do gargalo logístico, o País pode estar prestes a enfrentar o gargalo de mão de obra qualificada. O alerta foi dado pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, no seminário “Cresce Brasil – Copa 2014”, na manhã desta segunda-feira (16), na sede do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), na capital paulista. Ele apresentou números preocupantes para um país que se prepara para receber um evento como a Copa do Mundo de Futebol em 2014.

“Não há dúvida que vivemos um momento-chave para a recolocação do Brasil no mundo”, mas, para isso, o País precisa recuperar o atraso de infraestrutura e se capacitar em termos de mão de obra, observa o presidente do Ipea. Para ele, o engenheiro é a categoria síntese de todo esse processo do ponto de vista do trabalho.

Ao mesmo tempo, Pochmann observa que existe uma escassez dessa mão de obra, não pela falta, mas pelo desvio da atividade-fim que a categoria sofreu nas últimas duas décadas por falta de investimento em infraestrutura no País. “Até que ponto é possível recuperar esses engenheiros para a atividade-fim da profissão?”, perguntou. Outro problema detectado é a evasão de alunos dos cursos de engenharia. “De 322 mil alunos que ingressam a cada ano nas faculdades, apenas 47 mil se formam”.

Pochmann também questionou a qualidade na formação dos engenheiros, questionando se o conteúdo dos cursos de engenharia realmente está adequado, apresentando o índice de que 40% dos cursos têm empenho baixo, formando quadro de menor qualificação.

“Cresce Brasil – Copa 2014: O desenvolvimento de futebol e o desenvolvimento” nacional”, uma realização da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), prossegue durante esta segunda-feira com outros debates sobre tecnologia da informação, investimentos, infraestrutura e mobilidade de transportes. (Rosângela Ribeiro Gil)

Autor: Beatriz Arruda