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Na reunião das centrais sindicais, no último dia 25, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os dirigentes sindicais pediram que a proposta de reduzir a contribuição das empresas para a Previdência saia da reforma tributária. Os sindicalistas alegaram que a desoneração coloca em risco o pagamento de futuras aposentadorias.

Segundo os sindicalistas, o presidente Lula afirmou que a proposta não fará parte da reforma tributária e será discutida por mais tempo. O Governo estudava incluir na reforma um mecanismo para reduzir o percentual pago pelos empregadores, que hoje é de 20%.

Para o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), a redução da contribuição patronal significará uma perda de R$ 30 bilhões para os cofres da Previdência e o Governo ainda não apresentou uma forma de repor essa arrecadação.

"Não concordamos de jeito nenhum. O Presidente pediu para que o ministro Guido Mantega [Fazenda] reveja essa questão. Ficou definido que não irá para o Congresso junto com a reforma. Ele [Lula] vai se reunir com os empresários e pontuar que essa questão precisa ser discutida com as centrais sindicais para encontrar uma fórmula de financiamento da Previdência”, disse, após participar de reunião com o presidente Lula e o ministro Mantega, no Palácio do Planalto. Lula se reuniu com os empresários nesta quarta-feira (27), no Planalto.

Não à desoneração da folha

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, que também participou da reunião, alertou que o aumento da arrecadação e do emprego formal podem não ser necessários para compensar a desoneração da folha de pagamento.

“Desonerar a folha de salário não pode vir apenas como um risco que será compensado com o aumento da arrecadação e da formalização. É preciso acompanhar essa discussão com muita cautela, para que não se tenha um rombo nas receitas da Previdência. Não há garantia de que vai haver contratação de emprego formal”, disse.

“O ministro [Guido Mantega, da Fazenda] disse que a proposta de desoneração da folha não estará nessa proposta de emenda constitucional, mas seria colocada em uma proposta infraconstitucional, ou seja, mais tarde”, completou.

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, indagou: "Se a Previdência já é deficitária, conforme argumentam economistas, como é possível reduzir a receita? Queremos saber qual será a contrapartida patronal. Ficamos inseguros”. ( Com Agência Brasil e Diap)

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Autor: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr