"A mudança de humor da Europa em relação ao etanol é muito séria", disse um diplomata brasileiro ao jornal Valor Econômico (7 de abril). A Alemanha voltou atrás, na sexta-feira, da sua decisão de dobrar para 10% a mistura de etanol à gasolina. Na quinta, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, acusou Brasil e EUA de dumping de biocombustíveis. Em março, o Reino Unido retirou o financiamento a um programa de etanol. Segundo avaliação da Comissão Européia, os biocombustíveis sofrem ataques de duas frentes.
Do lado ambiental, vem se questionando o seu benefício no combate ao aquecimento global e teme-se que eles estimulem a devastação de florestas. Do lado social, eles estão sendo responsabilizados por parte da expressiva alta dos preços das commodities agrícolas, o que vem elevando a inflação em todo o mundo e ameaça causar fome em países pobres.
Por enquanto, a Comissão Européia continua apoiando a propostade uso de 10% de biocombustíveis até 2020 mas diz que as ONGs estão estigmatizando os biocombustíveis como ocorreu com os transgênicos. Um sinal disso foi a recente adoção, por grupos ambientalistas e partidos verdes, do termo agrocombustíveis, menos positivo que biocombustíveis.De acordo com O Valor Econômico, teme-se que essa política prejudique o projeto estratégico do Brasil de transformar o etanol em commodity mundial.