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O líder indígena Almir Suruí, Terra Indígena Sete de Setembro de Rondônia, é a estrela do anúncio do Google Earth sobre seus novos projetos de mapeamento no mundo. Entre eles está o de colocar na internet, com acesso aberto, mapas detalhados da devastação na floresta Amazônica. A iniciativa surgiu após um pedido de ajuda de Almir Suruí, no ano passado, para mapear a terra de sua tribo, que fica no município de Cacoal, e, assim, protegê-la do desmatamento.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a diretora dos programas do Google Earth, Rebecca Moore, disse que ainda neste ano o site terá os mapas, que ficarão disponíveis para qualquer internauta. A iniciativa deve lançar ainda mais pressão sobre o governo, já que qualquer pessoa poderá acompanhar onde a floresta está desaparecendo.

Atualmente, o Inpe, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, já publica na internet imagens de satélite de desmatamento na Amazônia. Porém, elas estão “brutas”, o que pode dificultar a visualização e o entendimento pelos leigos.

De acordo com o jornal, tanto para a tribo dos índios suruís, de 1,2 mil habitantes, como para o Google a iniciativa é considerada “histórica”. Na terça-feira (8/4), o Google colocou no ar imagens e textos em inglês dos esforços do líder Almir Suruí em sua tribo. “Podemos ver como as terras desses indígenas estão cercadas de desmatamento”, disse Rebecca. Entre as informações no site, está a constatação de que, nos últimos cinco anos, 11 líderes indígenas na região foram assassinados. Almir, segundo o Google, estaria obstinado com a missão de salvar seu território, colocando correntes e barreiras para evitar invasões.