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A crise do sistema financeiro internacional foi debatida no dia 21, a partir das 14h30m, em Comissão Geral da Câmara, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Os dois ministros tiveram de 30 a 40 minutos para cada exposição inicial sobre a crise e as medidas adotadas para combatê-la.

Após a exposição inicial, os deputados tiveram direito a até cinco minutos para seus questionamentos aos ministros. Os parlamentares tiveram também direito a replica. Terminados os questionamentos dos deputados, os convidados das lideranças também puderam fazer perguntas aos ministros por até cinco minutos.

Até o inicio da noite do dia 20, a Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara já havia recebido as indicações de quatro convidados das lideranças para participarem dos debates. O PPS indicou o economista Tony Volpon; o PSDB indicou o sócio-fundador da Ciano Investimentos e professor da PUC-Rio, Ilan Goldfaj.

O DEM convidou para o debate Carlos Eduardo de Freitas, o ex-diretor de área externa e ex-diretor da liquidação e desestatização do Banco Central, e Rubens Oliveira, gerente geral da Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil. Novas indicações de convidados puderam ser feitas até ontem (21).

Mercado de trabalho

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse que os desdobramentos da crise financeira internacional não vão prejudicar o mercado de trabalho no país. Segundo ele, a expectativa é que este ano sejam criados no Brasil mais de 2,1 milhões de empregos com carteira assinada.

Para o ano que vem, a estimativa é de que haja mais 1,8 milhões de novos postos. “Só há possibilidade de esses números serem revistos se for para cima”, disse Lupi, que participa, no Rio de Janeiro, de um encontro de ministros do Trabalho do MERCOSUL.

Sobre a possibilidade de a crise atingir as empresas de exportação, causando demissão de funcionários, Carlos Lupi disse não acreditar que essas companhias já estejam sentindo os efeitos da crise, uma vez que elas trabalham com encomendas feitas com uma margem aproximada de um ano de antecedência.

“Essa crise está entrando no mundo agora, não houve tempo hábil para isso atingir as empresas de exportação. Há muita especulação, muita gente querendo ganhar dinheiro com a crise. É preciso ter tranqüilidade e confiança na economia brasileira, que vai muito bem.”

O ministro reconheceu as dimensões da crise e lembrou que ela não teve origem no Brasil. Segundo Lupi, o governo está tomando todas as medidas necessárias para “imunizar” o país. Ele também disse que o Banco Central está agindo de maneira “firme, eficiente e rápida”.

“A crise é forte, foi gerada pelos americanos, mas no mundo globalizado acaba vindo para o Brasil. Nós estamos tomando todas as atitudes para que tenhamos uma espécie de imunidade a essa crise.”

Lupi negou que a reunião entre ministros do MERCOSUL tenha sido convocada às pressas por causa da crise internacional. Segundo ele, o encontro já estava programado há algum tempo. Ele ressaltou que durante os três dias de reunião serão discutidas medidas de cooperação entre as nações participantes para valorizar o trabalho decente e ampliar o combate ao trabalho infantil e análogo à escravidão.

Ao final do encontro, foi assinada uma declaração que reafirmará o compromisso de avançar no diálogo político com a Comunidade Andina e de aprofundar as discussões sobre a geração de emprego produtivo. Também foi apresentado projeto de uma cartilha com esclarecimentos sobre como trabalhar no MERCOSUL com as legislações específicas na área vigentes nos países integrantes do bloco. (Com textos de Agencia Brasil)