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As prioridades da Pauta da Classe Trabalhadora para 2025 apresentadas na Plenária Nacional, realizada em Brasília, em 29 de abril de 2025, constituem um referencial do movimento sindical.

1 de maioEssa pauta foi elaborada, de forma unitária, pelas Centrais para orientar mobilizações, negociações e atuações institucionais nos níveis nacional, regional e setorial.

A Pauta é desdobramento e atualização da Pauta da Classe Trabalhadora aprovada na Conclat de abril de 2022, que apresentou 63 diretrizes para o desenvolvimento do Brasil, elaboradas a partir dos desafios e da perspectiva do mundo do trabalho.

O Governo Federal já encaminhou muitas propostas elaboradas em 2022 como:
A política de valorização do salário mínimo; Política de igualdade salarial entre mulheres e homens; Retomada e ampliação do Bolsa Família; Recuperação da participação sindical nos espaços institucionais; Política de combate à fome e à pobreza; Correção da tabela do Imposto de Renda; Reforma tributária; Medidas pra reduzir o endividamento das famílias e o custo do crédito por meio do consignado; Política de desenvolvimento industrial; Crédito às pequenas empresas; Regulação da proteção dos trabalhadores mediados por aplicativos.

Apresentamos, a seguir, as diretrizes e propostas que servirão de guia às ações da classe trabalhadora.

Pauta da Classe Trabalhadora – Prioridades para 2025
Por um Brasil mais justo, solidário, democrático, soberano e sustentável

Sindicatos, legislação e direitos trabalhistas
1. Reduzir a jornada de trabalho, sem redução de salário, eliminando as formas precarizantes de flexibilização.
2. Fim da escala 6×1, com a substituição, em cada setor econômico e categoria profissional, por jornadas que promovam melhores condições de trabalho e de vida, eliminando escalas que intensificam a precarização.
3. Aprovar o Projeto de Valorização da Negociação Coletiva no Setor Privado e Público e de Atualização do Sistema Sindical, fundado na autonomia sindical, visando incentivar as negociações coletivas, promover solução ágil dos conflitos, garantir os direitos trabalhistas, assegurar o direito de greve e coibir as práticas antissindicais, favorecendo a reestruturação da organização sindical pra ampliar a representatividade e a organização em todos os níveis, estimulando a cooperação sindical entre os trabalhadores e o respeito às assembleias, inclusive com o financiamento solidário da estrutura sindical.
4. Ampliar as políticas ativas por trabalho decente, para enfrentar o desemprego, o subemprego, a rotatividade, a informalidade, a terceirização, a pejotização, o trabalho intermitente e os impactos da automação e da inteligência artificial.
5. Restabelecer a homologação das rescisões no âmbito sindical, garantindo maior proteção aos direitos dos trabalhadores e segurança jurídica nas rescisões contratuais.
6. Fortalecer o Ministério do Trabalho e Emprego como coordenador do sistema público de trabalho, emprego e renda; realizar a fiscalização do trabalho, a aplicação dos direitos trabalhistas e previdenciários; combater as fraudes trabalhistas, o trabalho infantil e o análogo à escravidão.

7. Atualizar as políticas de saúde e segurança no trabalho e as normas regulamentadoras.
8. Fortalecer o Fundo de Amparo ao Trabalhador – como financiador de políticas públicas de emprego, trabalho e renda e de lastro para o BNDES apoiar o investimento em infraestruturas econômica e social, eliminando as transferências deste Fundo para o financiamento da previdência social, e fortalecer o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na proteção do trabalhador e no financiamento de políticas de moradia, saneamento e infraestruturas econômica e social.
9. Retomar a política de valorização do salário mínimo em sua totalidade, para a distribuição de renda, combate à pobreza e estímulo ao desenvolvimento econômico.
10. Garantir a implementação, por negociação coletiva, da Lei de Igualdade Salarial (Lei 14.661/2023) entre mulheres e homens nos locais de trabalho.
11. Recuperar o poder de compra de aposentados e pensionistas, com reajustes que assegurem ganhos acima da inflação e garantam dignidade na aposentadoria.
12. Aprovar o Projeto PLC 12/2024 que regulamenta os direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais dos trabalhadores mediados por plataformas no transporte de pessoas.
13. Combater a discriminação e desigualdade no mundo do trabalho que recai sobre mulheres, população negra, juventude, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, eliminando o assédio moral, sexual, o racismo e outras formas de discriminação.

Direitos básicos
14. Promover mais e melhores serviços públicos no País, aprovando o Plano Nacional da Educação 2024/2034, com a garantia do Piso do Magistério (Lei 11.738/2008) e fortalecendo o SUS, com prioridade para a redução do tempo de espera para consultas, exames e cirurgias.
15. Ampliar o acesso à moradia popular e expandir o Plano Nacional de Saneamento Básico.
16. Implementar a Política Nacional de Cuidados, reconhecendo o cuidado como direito, trabalho e pilar fundamental da proteção social, com ações articuladas entre Estado, famílias e comunidade para garantir igualdade de gênero, inclusão social e bem-estar coletivo.

Desenvolvimento e promoção da justiça social
17. Combater a carestia e reduzir o custo de vida, com uma política de abastecimento de alimentos, resiliente à emergência climática.
18. Fortalecer a agricultura familiar – crédito, assistência, armazenamento e comercialização.
19. Aprovar o Projeto que corrige a tabela do Imposto de Renda e tributa os mais ricos.
20. Redução da taxa de juros e dos spreads bancários, compatíveis com as melhores práticas internacionais.
21. Isenção tributária para a PLR, progressividade dos impostos sobre a renda, o patrimônio, grandes heranças e riquezas, lucros e dividendos e a correção anual da tabela do imposto de renda.
22. Ampliar os investimentos públicos e privados em infraestruturas econômica e social, em pesquisa, inovação, ciência e tecnologia, articulados com a geração de empregos de qualidade e regulamentar o Artigo 7º, inc. XXVII, da Constituição, que prevê a proteção dos trabalhadores frente a inovações tecnológicas.
23. Desenvolvimento econômico e socioambiental sustentáveis, com destaque para o papel estratégico dos bancos, empresas e serviços públicos, atendendo às características de diversidades dos territórios para o desenvolvimento local e regional.
24. Incentivar as micro, pequenas e médias empresas, a economia solidária, o trabalho autônomo e as cooperativas, garantindo acesso às inovações tecnológicas, ao crédito com Fundo Garantidor, à assistência técnica e administrativa.
25. Política Nacional de Transição Justa, que garanta a recuperação e preservação do meio ambiente, a geração de empregos de qualidade, orientada pelo trabalho decente e por um protocolo nacional de proteção aos trabalhadores para situações de calamidades climáticas.
26. Promover a transição ecológica, garantindo o direito ao desenvolvimento sustentável do Sul Global, com base em um crescimento econômico assentado em tecnologias limpas, inovação e justiça climática, sem repetir os impactos ambientais causados historicamente pelos países centrais, com transferência tecnológica, financiamento e acesso equitativo a recursos.

Brasília, 29 de abril de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT. Miguel Torres, Força Sindical. Ricardo Patah, UGT. Adilson Araújo, CTB. Moacyr Tesch Auersvald, Nova Central. Antonio Neto, CSB. Nilza Pereira, Intersindical. E José Gozze, Pública Central do Servidor.