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Foto: Beatriz Arruda

Seminário da CNTU jogou luz sobre tema premente ao desenvolvimento da América Latina, abordou as oportunidades existentes no Brics e as dificuldades para que o bloco se firme. Atividade apontou os desafios da organização sindical.

Com o objetivo de traçar um panorama sobre o trabalho e organização sindical na América Latina e no Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), profissionais de formação universitária do Uruguai, Argentina, Nicarágua e Peru, além do Brasil, participaram do II Seminário Internacional de Integração dos Trabalhadores Universitários. Realizado em 27 e 28 de agosto, em São Paulo, o evento foi promovido pela CNTU, por intermédio de seu Departamento de Relações Internacionais. Coordenador desse e diretor da entidade, Welington Moreira Mello, lembrou à abertura da atividade que os temas abordados durante o seminário são estratégicos para o País. Entre eles, megaobras de engenharia, além da importância dos trabalhadores universitários no sindicalismo internacional, no Mercado Comum do Sul (Mercosul) e no Brics.
 

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Na oportunidade, o representante do Itamaraty, diplomata Lanier de Morais, falou da "importância do diálogo nacional e internacional para que a cooperação dos povos se faça valer e seja efetiva”. A uma maior participação dos trabalhadores universitários nesse processo, ele colocou a rede de embaixadas do Brasil à disposição da confederação. O presidente da entidade, Murilo Celso de Campos Pinheiro, enfatizou: “Para a CNTU é fundamental promover esses eventos dando condições aos nossos representados para intervirem.”

Também fizeram parte da mesa de abertura Stanley Gacek, diretor adjunto do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil; além de representantes das categorias abrangidas pela CNTU – engenheiros, médicos, nutricionistas, odontologistas, economistas e farmacêuticos. Na ocasião, foi ainda lançada a quarta edição da revista Brasil Inteligente, que tem como tema central a educação continuada (confira aqui).

Fortalecer as organizações
Inaugurando as palestras do seminário, Gacek destacou: “O fortalecimento das organizações sindicais e a reivindicação de seus direitos no mundo são absolutamente imprescindíveis para a consolidação e o aprofundamento do diálogo social.”. O diretor da OIT salientou ainda que o movimento sindical, sobretudo diante da crise econômica global, tem o desafio de interferir nas políticas públicas em cada país – uma das vertentes de atuação da confederação, em especial através de proposições relacionadas na campanha “Brasil Inteligente”.

Boa parte da palestra foi dedicada à análise sobre o direito de liberdade sindical, previsto na Convenção 87 – a qual ainda não foi ratificada pelo Brasil, o que, segundo Gacek, não o isenta de respeitar seus princípios, enquanto estado-membro da OIT. O expositor salientou a bandeira da OIT de promoção do trabalho decente como “ponto de convergência de quatro de seus objetivos estratégicos: a promoção dos direitos fundamentais no trabalho, que inclui a liberdade sindical e o direito à organização, a geração de emprego, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social.”

Mercosul e Brics
Abordando a importância dos profissionais no Mercosul, Leonardo Batalha Pereira, do Departamento de Relações Internacionais da Central Sindical Uruguaia PIT-CNT, defendeu uma nova formação dos trabalhadores universitários, sobretudo dos jovens e mulheres,  visando a solidariedade entre os povos. Propugnou ainda pelo estreitamento do vínculo entre universidade e movimentos sociais.
Também apontando a premência de se discutir os programas de formação superior, Julio Gambina, professor do Instituto de Estudos e Formação da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), afirmou ser papel das categorias de nível universitário unir conhecimento profissional ao saber popular na busca de alternativas a um sistema que tem resultado em precarização das condições de vida em todo o mundo.

O protagonismo desses trabalhadores no âmbito do Brics foi outro tema em pauta. Participaram desse painel Otávio Cançado Trindade, primeiro secretário da Divisão Ibas (Índia, Brasil, África do Sul) do Brics do Ministério das Relações Exteriores; André Roberto Martin, professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP); e Divanilton Silva, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que concluiu: “O sindicalismo tem que disputar um espaço nessa construção.”

Megaobras
No âmbito do desenvolvimento latino-americano, tiveram destaque na programação a ferrovia bioceânica – que ligará o Centro-Oeste e Norte do País ao Peru – e o canal interoceânico da Nicarágua. Previsto no Programa de Investimentos em Logística (PIL 2), o primeiro projeto foi abordado por Gustavo Saavedra Garcia, presidente da Sociedade de Engenheiros do Peru. Na sua concepção, ao impulsionar a logística da América Latina, a bioceânica contribuirá “tanto ao desenvolvimento regional quanto mundial”. Mas ponderou que especialistas têm advertido para o risco de atrasos na entrega da obra – o projeto seria concluído em 2016 e, posteriormente, executado em cinco anos. Enfatizou ainda que o projeto de engenharia precisa vir acompanhado de plano de “educação”, para que a bioceânica não seja lugar de exploração informal de minérios. E alertou para os riscos de que a China, país de origem dos recursos que serão investidos na obra, beneficie-se social e economicamente em detrimento do Brasil e Peru

O gigante asiático também está envolvido na construção do canal da Nicarágua, que conectará o Caribe ao Pacífico. O projeto foi defendido por Fredy Franco, dirigente da Frente Nacional dos Trabalhadores daquele país, como “estratégico não só à América Latina e Caribe, mas ao mundo”. O empreendimento foi apresentado por Telémaco Talavera, porta-voz da Comissão Grande Canal Interoceânico da Nicarágua.

Soraya Misleh, com a colaboração de Deborah Moreira

Fonte: noticia-os_trabalhadores_universitarios_e_a_integracao_internacional-164644_31082015

Autor: Soraya Misleh com a colaboração de Deborah Moreira / Imprensa SEESP

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