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Em 20 de julho de 1873 nasceu o fantástico aeronauta brasileiro Alberto Santos Dumont (1873-1932) e no ano de 1969, também, no dia 20 de julho, o homem conseguia pela primeira vez na história alunissar (pousar, aterrissar) na superfície da Lua o módulo lunar tripulado “Eagle” (Águia) da Missão Apollo 11 (aquela que foi uma das missões tripuladas do Programa Apollo).

santos dumont 14 bisA “coincidência histórica” entre as datas é notável, fascinante. Dois marcos gigantes da história da navegação aérea e espacial compartilhem o mesmo dia do calendário: o dia de nascimento de Alberto Santos Dumont que tornou possível o sonho humano de voar controladamente na atmosfera da Terra por meio de seus dirigíveis e do 14-Bis e o dia quando a Apollo 11 inaugurou a era da exploração interplanetária da humanidade.

 

Pode-se dizer, na verdade, que os dias 20 de julho em referência marcam um “eco temporal” que conecta a origem da aviação moderna (o voo na Terra) com a maior conquista da astronáutica do homem (o pouso na Lua).

 

A série de missões Apollo durou de 1961 a 1972 terminando com a missão Apollo 17 lançada em 7 de dezembro de 1972; sendo o Programa Apollo um conjunto de missões espaciais tripuladas, coordenadas pela NASA, que teve com objetivo principal e grande marco histórico colocar o homem na Lua e trazê-lo de volta em segurança para a Terra.

 

O programa nasceu como uma resposta política e tecnológica (imediata) dos Estados Unidos à União Soviética, no auge da Guerra Fria e da Corrida Espacial. Naquele momento da história foi lançado o desafio de alcançar a Lua antes do fim da década. No total, o Programa Apollo realizou seis pousos bem-sucedidos na Lua e doze astronautas caminharam com êxito sobre a superfície da Lua.

 

Há de se registrar que o Programa Apollo é um dos projetos científicos e de Engenharia considerado mais caros e ambiciosos já realizados em tempo de paz. Além de cumprir o objetivo de levar o homem à Lua, ele impulsionou o desenvolvimento de tecnologias que são usadas até hoje (conhecidas como “spinoffs” da NASA). Mas, tudo graças às invenções do notável “Mestre dos Ares” o Brigadeiro do Ar Alberto Santos Dumont que é Patrono da FAB (Força Aérea Brasileira) e aquele que “transcendeu os limites do solo conquistando a terceira dimensão, dominando os céus, mudando os rumos da humanidade definitivamente” no Campo de Bagatelle, em Paris (França), em 23 de outubro de 1906 quando “o primeiro voo “prático” pela definição concreta de um avião havia se concretizado”.

 

“Sempre que se falar em “aeronaves” jamais é permitido deixar de recordar a importância do legado do aeronauta brasileiro Alberto Santos Dumont cujas descobertas e criações pavimentaram, de maneira seminal, o caminho para a era dos voos espaciais tripulados”.

 

A NASA (“National Aeronautics and Space Administration”, em português “Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço”), ressalte-se, é a agência governamental dos Estados Unidos responsável pelo programa espacial civil e pela pesquisa em Aeronáutica e Exploração Espacial.

 

Existe uma cratera lunar nomeada Santos-Dumont pela União Astronômica Internacional (IAU) a qual medindo cerca de 8,8 km de diâmetro se situa no extremo norte da cordilheira dos Montes Apeninos, na borda leste do Mare Imbrium a cerca de 30 quilômetros a nordeste de Mons Hadley, perto da área de pouso da missão Apollo 15 (lançada em 1971). 

 

Sempre é de se repetir que o Programa Apollo só foi possível graças a mais de meio século de avanços na aeronáutica e no voo iniciado por pioneiros como Alberto Santos Dumont. Com seus dirigíveis e o 14-Bis Alberto Santos Dumont foi fundamental para a conquista dos céus. O voo controlável e motorizado desenvolvido por Alberto Santos Dumont lançou (inequivocamente) as bases para toda a tecnologia aeroespacial que culminaria nas missões à Lua.

 

A cratera Santos-Dumont tem formato circular e sua borda exterior inferior apresenta um rebaixamento, o qual cria uma sobra que, com frequência, faz o conjunto lembrar uma ferradura, a letra ômega do alfabeto grego ou mesmo o buraco de uma fechadura. A formação geológica da cratera Santos-Dumont é comum, sem características inusitadas e com pouca aparência de desgaste, mas é uma homenagem singular ao grande aeronauta Alberto Santos Dumont o primeiro aviador que foi capaz de cumprir um circuito pré-estabelecido conduzindo um balão dirigível com motor a gasolina. “Alberto Santos Dumont é o inventor da primeira AERONAVE DIRIGÍVEL PRÁTICA feito este que permite afirmar, sem controvérsia alguma, que a história da aviação se divide (categoricamente) em dois momentos distintos: um antes de Alberto Santos Dumont e outro logo em seguida depois de Alberto Santos Dumont”.

 

Muito se debate, porém, se Alberto Santos Dumont é o “Pai da Aviação” no sentido de ter sido o primeiro a voar com um avião. Mas, a questão sobre se Alberto Santos Dumont foi o primeiro a voar em um avião é um dos maiores e mais longos debates da história da aviação, dividindo o reconhecimento entre ele e os Irmãos Wright (Orville e Wilbur) dos Estados Unidos. A resposta depende fundamentalmente de quais critérios são utilizados para definir o "primeiro voo" e o "avião".

 

Alberto Santos Dumont é o "Pai da Aviação" no Brasil (e reconhecido amplamente pela Federação Aeronáutica Internacional - FAI por muito tempo) devido ao seu feito com o 14-Bis: em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris, França, o 14-Bis realizou o primeiro voo homologado da história de uma máquina mais pesada que o ar que decolou por meios próprios (sem auxílio de catapultas, trilhos ou ventos fortes), voou sustentadamente e pousou. O voo foi realizado publicamente, diante de uma comissão de especialistas (do Aeroclube da França) e de uma grande multidão, com ampla cobertura da imprensa e registros fotográficos e filmagens. Com seu voo Alberto Santos Dumont ganhou o Prêmio Archdeacon e o feito foi o primeiro a satisfazer os critérios estabelecidos pela FAI para o primeiro voo completo.

 

Entretanto os Irmãos Wright reivindicam a primazia; pois em 17 de dezembro de 1903, em Kitty Hawk, Carolina do Norte, EUA, o Wright Flyer I realizou o primeiro voo motorizado, controlado e sustentado de uma máquina mais pesada que o ar. O voo mais longo nesse dia durou 59 segundos, percorrendo 260 metros. O grande mérito dos Wright foi o desenvolvimento de um sistema de controle (torção das asas, ou wing warping) que permitia ao piloto manobrar o avião em três eixos, uma base fundamental da aviação moderna. Os voos iniciais não foram públicos, não havia comissão oficial de julgamento e, para decolar, eles utilizavam um trilho e, posteriormente, uma catapulta em alguns modelos. Para os defensores de Dumont, a necessidade de um trilho/catapulta descaracterizaria a "decolagem autônoma".

 

Seja como for, o consenso geral (fora do Brasil) costuma dar a primazia do primeiro voo motorizado e controlado aos Irmãos Wright (1903), devido ao seu pioneirismo no controle aerodinâmico; o que não muda o fato de Alberto Santos Dumont ter realizado o primeiro voo público, documentado e com decolagem autônoma (sem auxílio externo), que demonstrou o potencial da aviação ao mundo.

 

Outra grande controvérsia existe sobre a veracidade ou não de o homem ter ido à Lua, chegando-se a diversas teorias da conspiração que defendem ser “falso” que o homem pisou no solo da Lua.

Mas, a verdade científica e histórica é que o homem realmente pousou na Lua. O feito aconteceu pela primeira vez naquele 20 de julho de 1969 e uma vasta quantidade de evidências concretas, confirmam que o homem, de fato, pisou no solo lunar.

 

As provas da chegada do homem à Lua são inúmeras e vêm de diversas fontes independentes, tais como: amostras de rochas lunares; espelhos retro-refletores; imagens dos locais de pouso; reconhecimento da União Soviética; dentre outros.

 

As missões Apollo trouxeram para a Terra vários quilos de rochas e amostras de solo lunar que possuem composição, idade e características geoquímicas únicas, que não podem ser encontradas em rochas terrestres. O correspondente material foi estudado por Cientistas de diversos países e confirmaram (de forma inequívoca) a correspondente origem lunar.

 

Orbitadores lunares modernos, como o Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA (lançado em 2009) e sondas de outros países, como o Japão (SELENE/Kaguya), tiraram fotos de alta resolução dos locais de pouso das missões Apollo. Correspondentes imagens mostram claramente os módulos lunares abandonados, os rastros dos veículos (“Rovers”) e até as pegadas dos astronautas, que permanecem lá devido à ausência de vento e chuva na Lua.

 

Também os astronautas deixaram na Lua painéis de espelhos especiais chamados “Lunar Laser Ranging Retroreflector” (LRRR) os quais permitem, na Terra, por meio de lasers de alta potência apontados para esses espelhos, realizar medidas de tempo que leva para o feixe de luz retornar, provando que os espelhos estão na Lua.

 

Mas, talvez a mais contundente “prova” da ida do homem à Lua seja, de fato, o próprio reconhecimento da própria URSS dado que se o pouso fosse uma “farsa”, a União Soviética teria todos os motivos e meios para denunciá-lo uma vez que se vivia na época a Guerra Fria e era enorme rivalidade espacial entre EUA e URSS. No entanto, mesmo após ter sido derrotada na corrida para ser a primeira a enviar o homem à Lua, a URSS reconheceu as alunissagens como legítimas.

 

Todavia, é sabido que se tem apresentado, vez ou outra, conjunto de dúvidas quanto à ida do homem à Lua e “teorias da conspiração” não faltam.

 

Geralmente as “teorias da conspiração” são baseadas em “análises” superficiais de fotos e/ou de vídeos tais como alegações como: “a bandeira balança"; “não há estrelas nas fotos”; “existem sombras em direções diferentes”; “os astronautas não sobreviveriam à radiação”; dentre outras. 

 

Entretanto, quando se argumenta que “a bandeira balança" esquece-se que a bandeira foi colocada em uma haste horizontal para parecer que estava desfraldada. O "balançar" é causado por essa haste e pela inércia dos astronautas ao fincá-la, não pelo vento, que é inexistente na Lua. 

 

Cabe ressaltar que a "bandeira balançando" é a alegação mais famosa e demonstra, em última análise, apenas a falta de conhecimento sobre como a bandeira foi montada (com hastes internas para mantê-la esticada). Ou, sendo mais categórico, é apenas ingenuidade sequer pensar na equivocada afirmação que "se balançou, deve haver vento, logo foi filmado na Terra".

 

Como as câmeras utilizadas tiveram que usar um tempo de exposição muito curto (similar a tirar uma foto ao ar livre em um dia ensolarado) para evitar a superexposição do primeiro plano, o tempo curto foi insuficiente para capturar a luz fraca das estrelas naquele céu escuro sem atmosfera na Lua contribuindo para “o não aparecimento de estrelas nas fotos”. Tipicamente outro erro por falta de conhecimento. As estrelas não aparecem no fundo das fotografias devido, exatamente, terem sido tiradas durante o dia lunar com exposição curta; mas para quem não tem conhecimento em fotografia ou astronomia, parece uma falha de "estúdio".

 

E assim cada alegação contrária ao fato de o homem ter pisado na Lua encontrará uma explicação científica que demonstrará, tangivelmente, a verdade sobre a alunissagem do homem; como é o caso, também, da sobrevivência dos Astronautas à radiação dado que a viagem ocorreu por uma trajetória rápida que minimizou a exposição e a espaçonave (especialmente o casco metálico) forneceu blindagem suficiente para atravessar os Cinturões de Radiação de Van Allen com a necessária segurança.

 

Mas, mesmo que o pouso na Lua não seja apenas uma imagem histórica, mas um evento massivamente documentado e comprovado cientificamente, as especulações sobre o contrário persistem e continuam a circular por uma combinação de fatores históricos, psicológicos e midiáticos.

 

O pouso na Lua ocorreu no auge da Corrida Espacial, uma batalha ideológica e tecnológica entre os Estados Unidos e a União Soviética. Para os EUA, era crucial demonstrar superioridade tecnológica e política. A correspondente pressão extrema levou muitos céticos a acreditarem que o governo faria de tudo (inclusive forjar o evento) para vencer a corrida. A motivação para a suposta farsa, portanto, parece "lógica" para os conspiracionistas.

 

Nunca se deve, então, esquecer que o Projeto Apollo foi um “projeto militar e de segurança nacional” o qual foi conduzido sob uma atmosfera de sigilo. E todo “sigilo de estado” inerente a grandes projetos governamentais alimenta a desconfiança pública, criando um terreno fértil para que teorias de acobertamento floresçam. Assim, muitos dos "argumentos" de natureza conspiratória surgiram de uma análise superficial das fotografias e vídeos originais disponibilizados pela NASA.

 

De outro lado, a “crença” em teorias da conspiração, de forma abrangente, preenche certas necessidades psicológicas baseadas na necessidade de exclusividade e/ou na desconfiança em autoridades.

 

Muitos querem “acreditar” em “conspirações” por sentir que possuem aquele "conhecimento secreto" que a maioria das pessoas não tem. Isso pode criar um “senso de superioridade” ou “pertencimento” que certos grupos nutrem ao se posicionarem como aqueles (“únicos”) que “sabem a verdade". “A posse de um ‘conhecimento secreto’ ou ‘não revelado’ pode, em dada medida, alimentar um sentimento de que o indivíduo é mais esperto, mais crítico, ou mais atento do que a maioria que, simplesmente, que aceita em ‘narrativas oficial’; satisfazendo a necessidade humana de se sentir especial”.

 

Por mais estranho que possa parecer, há, de fato, grupos que ao se identificar com narrativas que pregam que "sabem a verdade supostamente não revelada" preenchem a necessidade “fundamental de pertencimento e de afiliação”. “Existem aqueles se veem como guardiões da verdade lutando contra a desinformação ou a opressão”.

 

Todavia, não se deve esquecer, também, que as “teorias da conspiração” oferecem uma explicação simples e satisfatória para eventos assustadores, caóticos ou complexos. “Em vez de aceitar a confusão e a falta de controle, a teoria da conspiração pode oferecer um “vilão” e/ou uma narrativa onde tudo faz mais sentido”.

 

Defender que o homem não pisou na Lua é algo como se acreditar, de verdade, que a Terra é “plana”.

 

Embora, exista um movimento de pessoas que defendem a crença de que a Terra é plana que ganhou uma visibilidade significativa nos últimos anos, especialmente através da internet e das redes sociais, é fundamental entender que, também, semelhante crença não é sustentada por fatos científicos. A ciência estabeleceu já há muito que a Terra é um “esferoide oblato” (quase esférica, um pouco achatada nos polos).

 

O “Movimento Terraplanista”, absurdo cientificamente falando, ganhou força por volta de 2014 e foi impulsionado, basicamente, por vídeos e comunidades online. Os adeptos, conhecidos como “terraplanistas”, rejeitam o consenso científico e apresentam um modelo alternativo, geralmente, afirmando que a Terra é um “disco plano com o Polo Norte no centro”.

 

Mas, a defesa da “Terra Plana”, assim como as “teorias da conspiração” do pouso na Lua, está ligada a fatores psicológicos e sociais uma vez que os terraplanistas veem a esfericidade da Terra como uma “fraude orquestrada pela NASA, governos e cientistas”. Acreditam que são os "detentores do saber real" e que não estão sendo manipulados por "grandes agências espaciais" baseando-se na perspectiva cotidiana de que a Terra "parece plana" e desconfiam de qualquer coisa que não possa ser comprovada por um experimento caseiro.

 

Outra vez surge aquele “sentido de comunidade e de exclusividade” que gera, psicologicamente, “o sentido de pertencimento” e “senso de se conhecer a verdade" que a maioria não sabe.

 

Mas, as evidências sobre a ‘esfericidade’ da Terra são esmagadoras e há séculos as Ciências refutaram a “tola” ideia da uma “Terra Plana”.

 

Algumas das provas mais simples e antigas sobre não possibilidade de uma “Terra Plana” incluem: a explicação dos  Eclipses Lunares que evidenciam que a sombra da Terra na Lua é sempre curva; o fato irrefutável de que quando um barco se afasta, ele não apenas fica menor, mas o casco some primeiro, seguido pelo mastro; a existência de Constelações diferentes de forma que quando um viajante se desloca para o Sul observa novas constelações que são invisíveis no Hemisfério Norte (e vice-versa); dentre outras. 

 

A própria história demonstra que há mais de 2.000 anos, o matemático e astrônomo grego Eratóstenes de Cirene (276 a.C.-194 a.C.), nascido em Cirene na Líbia, calculou a circunferência da Terra com grande precisão, usando a diferença no ângulo da sombra de varetas em duas cidades distantes ao meio-dia.

 

Entretanto, a interrupção das missões tripuladas à Lua após a Apollo 17 em dezembro de 1972 ajudou sobremaneira a ampliar o número de “terraplanistas” que seguem procuram desculpas para impor a visão descabida da Terra Plana embora o Projeto Apollo tenha sua extinção motivada, primariamente, mais por motivos políticos e econômicos do que pela perda de tecnologia ou pela falta de capacidade técnica para continuar, ou mesmo, por alguma inabilidade de sustentar a natureza esférica dos corpos celestes como a Terra e a Lua..

 

Sempre é oportuno lembrar que o motivo principal do Programa Apollo nunca foi puramente científico, mas sim geopolítico. O pouso na Lua era o objetivo final e decisivo da Corrida Espacial contra a União Soviética. “Quando os Estados Unidos colocaram o primeiro homem na Lua em 1969 (Apollo 11) e repetiram o feito mais cinco vezes, a meta política de demonstrar a superioridade tecnológica e ideológica sobre a URSS foi conquistada”. Assim, como se assegurou aquela vitória pretendida, a “urgência” e o próprio interesse político apenas desapareceram. Não havendo mais a “pressão” da rivalidade da Guerra Fria, o financiamento de missões como do Projeto Apollo tornou-se insustentável.

 

Não se deve esquecer, também, que embora a Apollo 11 tenha sido um sucesso estrondoso, as missões subsequentes rapidamente caíram no esquecimento para a maior parte do público, que esperava novas conquistas, e não apenas repetições. Aquilo que foi extraordinário em 1969 com a Apollo 11 tornava-se algo rotineiro. Até mesmo a NASA redireciona seus esforços em direção ao desenvolvimento de programas mais sustentáveis e reutilizáveis, tais como o Ônibus Espacial (Space Shuttle) e a construção da Estação Espacial Skylab (precursora da Estação Espacial Internacional - ISS).

 

Mas, há de se convir que as explicações sobre “a parada de viagens para a Lua”, de todo, não se justificam uma vez que seria de se esperar que depois de saber como chegar lá na Lua o próximo passo importante seria ter em solo lunar algo como uma “base intermediária” se se pretende (de fato) ir para Marte ou explorar o espaço. “O pouso na Lua seria apenas um primeiro passo para se conquistar o espaço”. Tomar a Lua como um posto avançado para a exploração de Marte e do espaço profundo é o que se esperaria.

 

Do ponto de vista da Engenharia e da Exploração do Espaço ter uma base lunar intermediária (como uma "parada de reabastecimento" ou plataforma de montagem) faz todo o sentido, e é exatamente essa a lógica por trás do programa atual, o Artemis.

 

Como justificado, a razão principal pela qual o Programa Apollo parou e a Lua não foi imediatamente transformada em uma base intermediária se resume a uma diferença fundamental entre os objetivos da Guerra Fria e os objetivos de longo prazo (atualmente vigentes).

 

Pode-se dizer, simplificadamente, que Programa Apollo foi “uma corrida de velocidade” que visava chegar na Lua antes dos soviéticos. Assim que o homem deu o primeiro passo em solo lunar a “missão geopolítica” foi cumprida. Além do mais, todo o Programa Apollo era baseado em “Tecnologia Descartável” haja vista que tudo foi projetado para uso apenas por uma única uma vez. Tudo foi pensando sem levar em conta a ideia de reutilização ou na logística de se construir uma base na Lua. “A tecnologia da época era primitiva demais e o custo de cada lançamento era proibitivo para ser sustentado a longo prazo”.

 

Seria, contudo, ingenuidade pensar que usar a Lua como "trampolim" não estava nos planos da NASA; uma vez que há muito se defende “chegar na Lua e de lá avançar para o espaço”. Mas, o financiamento necessário para consumar semelhante visão desapareceu quando a Guerra Fria teve seu fim.

 

De outra forma, é claro, também, que “construir uma base lunar exigiria não apenas pousar mais vezes, mas desenvolver sistemas de suporte de vida fechados, módulos habitáveis permanentes, bem como sistemas de geração de energia e mineração de recursos”. Mas, naquela época, o Congresso dos EUA não se mostrou disposto a investir em uma infraestrutura permanente após a vitória inicial. O foco, entretanto, ficou em investir em projetos mais próximos da Terra, tais como o Ônibus Espacial.

 

O tempo ensina. O tempo faz ver. Atualmente, “a pedra angular da estratégia espacial moderna” é, exatamente, o retorno à Lua para lá se construir algo permanente que sirva de entre posto para se seguir viagem para outros locais no espaço. Em parceria com o setor privado o “Programa Artemis” da NASA planeja a construção de uma base na Lua a partir da qual se irá para Marte com maior eficiência e segurança. 

 

De acordo com a mitologia grega “Artemis” era a irmã gêmea de Apolo. Artemis (ou Diana, na mitologia romana) era a deusa da caça, da Lua, da vida selvagem, da castidade e do parto. 

Não sendo uma coincidência a escolha do nome Artemis para o novo Programa da NASA, a denominação faz uma referência direta à missão anterior. O Programa Artemis visa o retorno e a permanência de longo prazo na Lua. A NASA faz então uma “conexão para simbolizar uma nova era de exploração lunar que é a "irmã" e a continuação da primeira”. 

 

O Programa Artemis da NASA é uma iniciativa que visa o retorno de seres humanos à Lua, quase meio século após o encerramento do Programa Apollo sendo objetivado agora estabelecer uma presença sustentável do homem na Lua e em órbita lunar (através da estação espacial Gateway), servindo como um "ensaio" e base auxiliar para futuras missões tripuladas a Marte previsto para a década de 2030.

 

Veja-se, então, que, na verdade, a história da “conquista da Lua e suas extensões” nunca deixou de ser tratada. Talvez, apenas, não se tenha realizado a divulgação com todo alcance da alunissagem; pois, notadamente, o interesse do público e a cobertura da mídia sobre a exploração espacial são cíclicos. A realidade é que há muita atividade envolvida, mas ela não tem a mesma visibilidade “dramática” de um primeiro pouso tripulado como aquele realizado pela primeira vez pela Apollo 11.

 

Não que a correspondente divulgação não tenha existido. Existiu, segue ativa e excepcionalmente bem distribuída, sendo o Projeto correspondente muito documentado, mas se concentrou e continua concentrado em áreas que, para o público geral, parece menos emocionante do que a ideia de pisar em outro corpo celeste. 

 

No sentido em questão, tanto o voo do 14-Bis de Alberto Santos Dumont, a chegada à Lua pela missão Apollo 11 e agora o Programa Artemis são, indubitavelmente, ações humanas que ampliam o triunfo das Engenharias e das Ciências e Tecnologias; tendo, todavia, nuances distintos quando se pensa em divulgação.

 

Por exemplo, no que diz respeito ao “espírito” de divulgação do Programa Artemis da NASA e do feito de Alberto Santos Dumont as correspondentes divulgações foram, em dada medida similares. No entanto, o “método” de divulgação do Programa Artemis é, claramente, radicalmente, diferente daquele utilizado para tornar conhecido o voo do 14-Bis.

 

Enquanto a divulgação do 14-Bis de Alberto Santos Dumont foi de um evento mais focado na figura do inventor e dependente da mídia impressa da época para criar a narrativa do pioneirismo; a divulgação do Projeto Artemis da NASA é uma produção midiática corporativa e global, com milhões de dólares dedicados à comunicação de uma jornada complexa e de longo prazo, usando todas as ferramentas digitais disponíveis para gerar engajamento sustentável.

 

Acrescente-se que os correspondentes projetos usam a “inovação como notícia”, mas o Projeto Artemis é uma “notícia de ponta” que se espalha em uma escala e complexidade de comunicação inimagináveis na época do 14-Bis.

 

Embora se tenha a “sensação de pouca divulgação” sobre o Programa Artemis da NASA existe muita informação disponível. Mas, o interesse geral da mídia de massa é esporádico e tende a focar apenas em grandes marcos, como o pouso tripulado da Apollo 11. O trabalho de Engenharia (como o teste de foguetes, módulos) é complexo e menos atraente para o público do que ver um ser humano em outro planeta. As missões tripuladas do Artemis sofreram adiamentos o que pode dar a impressão de estagnação.

 

Vive-se, todavia, no meio de uma nova era de exploração lunar e marciana, e toda a estratégia de "base intermediária" está sendo construída. É um esforço constante e altamente divulgado, mas a maior manchete (“o retorno do homem à superfície lunar”) ainda está a alguns anos de distância.

Atualmente, a exploração espacial está muito ativa e os progressos se concentram em missões robóticas e científicas; as quais não geram, entretanto, o mesmo entusiasmo da mídia que outrora se verificou quando pela primeira vez o homem pisou na Lua.

 

Mas, o Programa Artemis, no que tange à missão de retornar à Lua e a construção de uma base intermediária para Marte está totalmente em andamento e é divulgada pelas agências espaciais e pela mídia especializada.  

 

A atuação de empresas como a SpaceX e a Blue Origin em auxílio ao Programa Artemis é amplamente coberta e a NASA faz questão de divulgar notícias sobre as importantes parcerias que mantém para se construir os módulos de pouso e transporte para o Programa Artemis.

 

Contudo, é, também, bem verdade, que muito não é divulgado quando se trata daquilo que está sendo feito para evitar o fim da humanidade quando o Terra deixar de existir ou se tornar um local inapropriado para vida dos homens se não tiver um outro local no espaço para se viver.     

 

“O futuro da humanidade é certo se a Terra se tornar inabitável e não houver um "plano B" em outro planeta: a espécie humana se extinguirá”.

 

O chamado “Plano B” é, em essência, o principal argumento para a exploração espacial de longo prazo e a colonização de outros corpos celestes, como Marte. Seria, portanto, algo sem sentido pensar que desde a alunissagem em 1969 não se venha sendo discutido o tal “Plano B”. 

 

A exploração espacial como uma apólice de seguro contra a extinção do homem é essencial, senão, é a única saída para se manter a humanidade depois que a Terra deixar de ser viável. 

 

A Terra não está imune a catástrofes geradas, por exemplo, pelo impacto de um grande asteroide (tipo aquele que causou a extinção dos dinossauros), ou por erupções vulcânicas massivas (supervulcões), ou causadas por surtos de raios gama. Muitos fenômenos podem, de fato, representam ameaças de escala global que podem tornar o planeta Terra inabitável em um curto período ou de uma hora para outra instantaneamente.

 

É sabido, também, que o envelhecimento natural do Sol fará com que ele se torne mais quente e brilhante o que irá gerar a evaporação dos oceanos da Terra e tornará o planeta inabitável a longo prazo. E tal situação não é ficção científica. Vai acontecer.

 

Mas, a Terra poderá se tornar inabitável, também, devido a ameaças “Antrópicas” (Humanas) como o colapso climático, uma guerra nuclear global ou pandemias incontroláveis. Muitos são os exemplos de como a própria atividade humana poderá levar a civilização à ruína talvez até antes do inevitável fim natural do planeta.

 

Assim sendo, “se a humanidade estiver confinada a um único planeta, qualquer evento catastrófico o suficiente para acabar com a vida aqui resultará no fim da espécie humana”. “Ter outros lugares no espaço capazes de sustentar a vida humana (como na Lua ou em Marte, por exemplo) para garantir a sobrevivência da civilização, mesmo que a Terra seja perdida. Então não se pode admitir que algo não esteja sendo feito (há tempos) no sentido de preservar a humanidade.

 

É certo, entretanto, que vez ou outra, de forma sutil e com todo cuidado, informações sobre o trabalho focado precisamente em desenvolver a tecnologia para criar essas colônias permanentes fora da Terra desenvolvido por agências espaciais de Governos constituídos e de empresas privadas espalhadas pelo mundo são apresentadas.

 

Parte-se, desde muito tempo atrás, da premissa básica que o “Plano B” para perpetuação da humanidade tem seu primeiro passo no estabelecimento de uma base sustentável na Lua, usando-a para testar tecnologias de vida no espaço profundo e extração de recursos, como água, antes de ir mais longe. Sendo o objetivo mais ambicioso do "plano B" o estabelecimento de uma colônia em Marte o qual é considerado o o planeta candidato mais viável no Sistema Solar devido à sua relativa proximidade, à presença de água congelada e à possibilidade de terraformação a longo prazo.

 

Além da NASA, SpaceX e Blue Origin existem outras Agências Espaciais notáveis como a Agência Espacial Européia, a ESA (European Space Agency); a Agência Espacial da Rússia, a ROSCOSMOS (State Space Corporation Roscosmos); a Administração Espacial Nacional da China, a CNSA (China National Space Administration); a Organização Indiana de Pesquisa Espacial, a ISRO (Indian Space Research Organisation); a Agência Espacial do Japão, a JAXA (Japan Aerospace Exploration Agency); a Agência Espacial Canadiana, a CSA (Canadian Space Agency), que se dedicam a estudar e a desenvolver tecnologias para se manter a permanência da humanidade viva no cosmos.

 

No Brasil a AEB (Agência Espacial Brasileira) e no mundo muitas outras agências espaciais com diferentes níveis de atividade tais como a ASI (Agenzia Spaziale Italiana), a DLR (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt), a KARI (Korea Aerospace Research Institute) seguem, também, estudando alternativas para o futuro da humanidade quando a Terra deixar de ser o habitat natural dos humanos.

 

Mas, se agora, enquanto se lê este artigo, acontecesse algo tipo um cataclisma que tornasse a Terra inabitável, será, em tese, o fim imediato da humanidade; porquanto, pelas notícias veiculadas, não há mesmo um “Plano B” de contingência para salvar a raça humana. 

 

Até onde se sabe a realidade atual é que, se uma catástrofe de nível de extinção ocorresse hoje, agora, que tornasse a Terra completamente inabitável, não se teria um plano de contingência imediatamente funcional para salvar toda a humanidade. “A humanidade tem a tecnologia de transporte (foguetes), mas não tem a de residência permanente, não tem para onde fugir”. “A humanidade não tem uma colônia humana autossustentável em outro lugar no cosmos para se refugiar e viver”.

 

Apenas em ficção científica existe uma "Arca de Noé" espacial pronta para levar os humanos para um outro mundo.

 

As notícias dão conta que nenhuma agência espacial governamental ou empresa privada foi capaz de estabelecer uma base de sobrevivência para a humanidade em outro corpo celeste (mesmo que seja na Lua ou em Marte) que se apresente totalmente autossuficiente permitindo, por exemplo, cultivar alimentos, gerar combustível, reciclar o ar e a água, e/ou resistir a falhas sem suprimentos constantes advindos da Terra.

 

Mesmo a Estação Espacial Internacional (ISS), embora seja uma presença humana permanente no espaço, depende integralmente de suprimentos e peças de reposição terrestres. A ISS não sobreviveria, também, a um colapso total da Terra.

 

Deve-se ressaltar, porém, que o objetivo da exploração espacial não pode ser, simplesmente, o de garantir a sobrevivência de toda a humanidade contra uma catástrofe iminente, mas sim garantir a sobrevivência da civilização humana em um horizonte de tempo muito longo.

Trata-se de uma corrida de infraestrutura para evitar a extinção inevitável que ocorrerá ou contra a extinção provável causada por eventos catastróficos que podem ocorrer a qualquer momento.

 

A expansão para o espaço é a única maneira de evitar o fim definitivo da humanidade, mas o ser humano está lutando contra si mesmo para chegar lá. O tempo sempre é um inimigo implacável e vai cobrar o fim de toda humanidade que insiste em não entender sua finitude próxima. O tempo e o universo (unidos) são indiferentes aos conflitos e aos problemas humanos e não se importam com fronteiras quaisquer, ideologias ou guerras humanas.

 

“O mais absurdo em todo o processo de preservação da espécie humana é que embora a humanidade tenha uma tecnologia básica e conhecimento fundamental para ser salva, não tem a sabedoria e a união para priorizar a tarefa de se preservar gerando a efetiva colonização do espaço”.

 

Claro que muito deve ser feito embora os maiores desafios não são mais sobre se o homem pode chegar a outro planeta, mas sim sobre se o homem consegue construir infraestrutura e sustentá-la nos locais do espaço onde pretende chegar. A humanidade tem “as ferramentas e o mapa para começar a construir a Arca de Noé interplanetária”, mas está faltando (ainda) a vontade unificada e o compromisso de longo prazo para executar o plano em uma escala que realmente possa salvar a humanidade de uma extinção global aqui na Terra.

 

A aceleração dos programas espaciais que visem desenvolver os meios para se viver em outros mundos além da Terra é, então, uma saída para que a humanidade deixe de existir dado que o fim dos humanos nunca foi uma questão de “se”, mas de “quando”.

 

Mas, antes do inevitável fim cósmico da Terra, o ser humano necessita resolver as ameaças de curto prazo como frear o colapso climático e evitar conflitos globais para garantir que a espécie sobreviva por mais algum tempo. Todavia, a garantia da sobrevivência de longo prazo da humanidade depende de se estabelecer uma presença autônoma e autossustentável em outro corpo celeste senão se deixará sucumbir. O tempo cósmico cobra. “A única esperança para a perpetuação da humanidade reside na mudança de prioridades globais, transformando a exploração espacial de um sonho em uma necessidade existencial inegociável”.

 

E o papel de Alberto Santos Dumont no cenário de sobrevivência de longo prazo da humanidade através da expansão espacial se faz presente uma vez que o aeronauta brasileiro é o pioneiro fundamental cuja contribuição iniciou a era da aviação, um passo tecnológico crucial que é o precursor direto da exploração espacial.

 

Alberto Santos Dumont, por intermédio de suas fantásticas inovações e do desenvolvimento de aeronaves controláveis e motorizadas, demonstrou que a Engenharia e a audácia humana sempre poderão superar as limitações da gravidade e da atmosfera terrestre. Alberto Santos Dumont é central na história da conquista do ar. Seus projetos, como o dirigível Nº 6 (que circulou a Torre Eiffel) e o avião 14-Bis (o primeiro voo público homologado), estabeleceram a base prática para o voo. Semelhante base técnica, de propulsão, aerodinâmica e controle, é o alicerce sobre o qual a aeronáutica moderna e, posteriormente, a astronáutica, foram construídas.

 

O legado de Alberto Santos Dumont não reside apenas no sucesso de seus feitos técnicos, mas, principalmente, na crucial mudança de paradigma que inspirou gerações de Cientistas (em geral) e de Engenheiros (em particular). “Alberto Santos Dumont popularizou a ideia de que o voo do ser humano era possível e acessível, incutindo a mentalidade de que as fronteiras geográficas e atmosféricas poderiam ser transpostas”. 

 

“Embora Alberto Santos Dumont não tenha trabalhado com foguetes ou viagens interplanetárias, o domínio do voo atmosférico é o primeiro degrau para o voo espacial. A necessidade de desenvolver meios de transporte que pudessem levar humanos e carga para além da Terra deriva diretamente do sucesso em criar máquinas que pudessem se deslocar livremente na atmosfera”. A mentalidade de quebra de limites que sempre orientou Alberto Santos Dumont em seus projetos é a mesma que impulsiona o objetivo de estabelecer colônias autônomas em outros mundos.

 

O início da jornada humana para se livrar das amarras da Terra começou com Alberto Santos Dumont e, atualmente, a necessidade existencial inegociável de ir para outros mundos só é tecnologicamente concebível hoje porque visionários como Alberto Santos Dumont transformaram a ideia de voar de um sonho em uma realidade operacional, provando, sumariamente, que a humanidade tem a capacidade de desenvolver os meios de transporte necessários para a sua sobrevivência a longo prazo.




* Carlos Magno Corrêa Dias é professor, pesquisador, conselheiro consultivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do então Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep (atual Conselho de Responsabilidade Social do Sistema Fiep), líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI) do CNPq, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) do CNPq, personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).

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