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Cresce Brasil

Afirmo sem receio de errar que a década de 2010 a 2020 vai ficar marcada na história como a mais conturbada e desastrosa para a área política, para o trabalho e, sobretudo, para a engenharia nacional. No campo político, presenciamos tudo o que se podia imaginar: queda de uma presidente eleita, ascensão de um governo sem legitimidade popular, tramas das mais horripilantes; um cenário onde a maioria esmagadora está envolvida com corrupção e/ou respondendo por graves denúncias.

Na área da engenharia, grandes empresas foram envolvidas em esquemas de propinas e desvios fraudulentos e com isso estão enfrentando extremas dificuldades, fechando postos de trabalho e lutando para sobreviver. Nesse contexto, incluem-se grandes empresas estatais, como é o caso da Petrobras. O que mais nos estarrece como engenheiros e militantes sindicais é a total omissão do nosso sistema profissional. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) a tudo assiste e não participa ativamente das questões cruciais da engenharia, permitindo assim que outras entidades tomem para si a nossa área de atuação.

O trabalhador foi alvo das maiores agressões, perdendo direitos com a reforma trabalhista e outras ações como a PEC do Teto de Gastos Públicos, que resultou na Emenda Constitucional nº 95. O movimento sindical também foi duramente atacado com o fim da contribuição sindical, o que afetará um grande pilar de sua sustentabilidade econômica.


Podemos resumir o período como a década na qual o capital, a negociata e o rentismo predominaram sobre tudo, inclusive a ética. Diante dessa situação, convido a todos a refletirem e recomeçarem. É preciso mais do que nunca que todos, inclusive a nossa categoria, saiam da letargia em que se encontram. Temos que incentivar os estudantes, os profissionais e a população a reagir, sob pena de aceitarmos um retrocesso assustador de nossa sociedade organizada. Neste cenário, a engenharia nacional tem que assumir seu papel de propulsora do crescimento e da grandeza desta nação.

Como forma de incentivo, reproduzo aqui trechos do poema de cordel “Recomece”, de autoria de Bráulio Bessa, que é uma verdadeira aula de ânimo para que todos nós nos motivemos: “Quando tudo for incerto e você só duvidar, é hora do recomeço, comece a acreditar. Quando você cair e ninguém lhe aparar e a força do que é ruim conseguir te derrubar, é hora do recomeço, recomece a levantar. Quando a falta de esperança decidir lhe açoitar e se tudo o que for real for difícil de suportar, mais uma vez é hora de recomeçar. Enfim, é preciso um ponto final para poder recomeçar, como é preciso cair para se levantar, portanto, recomece, reconstrua cada sonho, e se a vida lhe der uma ré, recupere a fé e recomece novamente.”

Portanto, meus caros engenheiros, acadêmicos e trabalhadores, é hora de recomeçarmos, de implementarmos ações fortes e decisivas para termos uma categoria unida para mudar os rumos da engenharia, da política e do Brasil, a fim de termos um povo forte em um País ainda mais forte. Saudações sindicais.


Gerson Tertuliano é presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO)

 

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