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O primeiro tema abordado na tarde desta sexta-feira (19), foi tecnologias construtivas para um novo cenário brasileiro, tratado por Martin Paul Schward, vice-presidente da VDI (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha).

Em sua palestra, ele falou do novo cenário brasileiro que diminuiu o desemprego, alavancou diversas áreas como a da construção civil e aumentou as reservas internacionais, a geração de empregos, a renda média do brasileiro e o crédito para financiamento imobiliário. “O mercado financeiro prevê crescimento do PIB em 7,5% em 2010, se confirmado, será a maior expansão econômica em 25 anos”, salientou Paul Schward.

Conforme ele, outro aspecto positivo do novo panorama é a vontade política existente para solucionar os problemas de infraestrutura e do déficit habitacional, a exemplo do PAC II (Programa de Aceleração do Crescimento) que investirá em quatro anos R$ 503,9 bilhões. “Haverá ainda atração de recursos com os eventos da Copa 2014 e das Olimpíadas em 2016. O Brasil hoje está no centro das atenções internacionais, com economia estabilizada, situação política estável, inflação sob controle, ambiente jurídico e empresarial favorável a investimentos”, mencionou.

Por outro lado, Paul Schward destacou os gargalos que o Brasil terá que enfrentar para desfrutar dos benefícios que esse novo cenário favorece.

Na área de infraestrutura, o palestrante estima que há necessidade de se investir R$ 125 bilhões por ano para um crescimento sustentável. “A previsão de 2010 a 2013 é de R$ 68,5 bi por ano. Em cinco anos faltarão R$ 250 bilhões”, calculou.

Gargalo também na mão de obra direta dos trabalhadores da construção e de profissionais da área tecnológica. “O Brasil forma 30 mil engenheiros por ano e absorve 50 mil, isto é, em cinco anos teremos um déficit de 100 mil profissionais”, estimou.

A capacidade da cadeia produtiva é outro fator que o Brasil deve ficar atento. Segundo Paul Schward, com os eventos mundiais haverá demanda por tecnologias e equipamentos.

O setor da construção também exige mudanças. Considerado um dos grandes vilões do meio ambiente, consome 66% das florestas naturais, 40% de todos os recursos naturais e da energia do mundo e 30% da água potável do planeta. Além disso, gera de 40 a 70% da massa de resíduos sólidos urbanos e cerca 1,0 tonelada de entulho de obra por habitante por ano.

Outro dado alarmante é que o setor desperdiça 6% dos materiais, em valor, 20% dos materiais, em massa e 30% da mão de obra.

Segundo Paul Schward, a sustentabilidade, a escassez de recursos e as novas exigências de desempenho desafiam os paradigmas da construção convencional.

Nesse sentido, ele acredita que as tecnologias dão respostas a todas essas questões. “O desperdício é zero, garante mínimo consumo de materiais e de impacto ambiental, produz grandes quantidades com velocidade, qualidade e precisão, agregando desempenho e durabilidade”, enfatizou.

Para ele, tem que haver uma mudança radical no paradigma atual tendo como foco menor custo de construção para o investidor e no futuro, garantia de melhor relação custo-benefício durante o ciclo de vida da construção para as partes diretamente interessadas, a sociedade e o meio-ambiente. “O custo total da construção é 15% contra 85% da operação”, citou.

Paul Schward ressaltou ainda a importância da cooperação e da transferência tecnológica. E citou tecnologias que podem resolver os gargalos da construção civil como novo conceito de pontes para transporte sobre trilhos que garantem 60 metros de vão entre os pilares, Light SteelFraming, madeira industrializada, isopor com concreto projetado, concreto pré-fabricado, paredes de concreto, entre outros. “O cenário brasileiro é bom, mas perigoso. Mudanças radicais são necessárias e estamos no momento certo para agir. Há desafios novos que o Brasil nunca viu antes e a tecnologia de ponta tem respostas fantásticas para responder a essas necessidades”, disse.

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Autor: Beatriz Arruda

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