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Os recursos solicitados em cartas consultas da Agespisa são oriundos do Orçamento Geral da União (OGU) e de empréstimos do Governo do Estado junto ao BNDES, que necessitam do aval do ministério.

Mas o que deveria ser motivo de comemoração pelos servidores da Agespisa, virou motivo de preocupação após o lançamento do projeto de subdelegação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Teresina. O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Piauí (Senge-PI), Antonio Florentino Filho, explica que o fato de a instituição querer repassar os serviços a uma empresa privada pode influenciar na decisão do Ministério, provocando a desautorização dos recursos.

"O corpo técnico da instituição está bastante preocupado pelo fato de a defesa para a liberação dos recursos ser feita pelo presidente Raimundo Neto, maior interessado na subdele-gação. Se boa parte dos recursos é para regiões onde a empresa vai atuar, então é provável que a autorização seja negada e nós não podemos permitir isso", criticou Florentino. Para o Sindicato dos Engenheiros, se a verba for recusada a responsabilidade deverá recair sobre o presidente Raimundo Neto. "O Ministério não vai mandar R$ 650 milhões para investimentos em áreas que serão controladas por essa empresa privada. Por isso, a desautorização será baseada nessa subdelegação. Por outro lado, se o Ministério decidir enviar os recursos, será a maior prova de que a Agespisa tem capacidade de realizar as obras que a cidade necessita", defendeu Antonio Florentino.

Recursos contratados Na espera por mais recursos para investimentos, a Agespisa conta atualmente com R$ 431 milhões já contratados e com obras em execução em todo o Piauí. Desse valor, cerca de R$ 150 milhões são apenas para Teresina. Os dados são do relatório elaborado pela diretoria técnica da Agespisa no segundo semestre deste ano. No relatório, pode-se perceber que há obras em ritmo lento de execução e outras paralisadas.

Com os dados, o Sindicato dos Engenheiros comprova que o problema da Agespisa não é a baixa quantidade de recursos disponíveis, mas problemas de gestão que atrapalham a agilidade nas obras e levam prejuízos à população teresi-nense. Na apresentação do projeto de subdelegação, o presidente Raimundo Nogueira Neto justificou que a medida era uma alternativa encontrada para resolver os problemas em Teresina, tendo em vista que a Agespisa se encontra em estágio de falência de investimentos. No entanto, os R$ 150 milhões já contratados e mais R$ 650 milhões que podem ser autorizados para a Agespisa somam R$ 800 milhões. O valor representaria praticamente todo o investimento que, segundo Raimundo Neto, será feito pela empresa privada na subdelegação, cerca de R$ 1 bilhão, sendo que os recursos do PAC são imediatos e reais, enquanto o da empresa seria para 30 anos e sem garantia de que seriam investidos.

Em entrevista ao Jornal do Piauí na sexta (14), o presidente do Senge Piaui mostrou documentos para mostrar que a Agespisa recebe recursos suficientes para funcionar sem privatizar os serviços, que a subdelegação é desnecessária e prejudicial à população. Segundo ele, o que vai acontecer é que "a empresa (que assumir o serviço) vai passar a vender água para a Agespisa para revender.... Todo faturamento e arrecadação vão ficar com a empresa. A produção de água e capacidade de arrecadar as contas vai ser 100% para a empresa", disse.

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