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Cresce Brasil

Quanto mais longe dos centros urbanos, mais o transporte sai caro para a população que trabalha nas cidades e enfrenta os horários de pico para cumprir seus expedientes diários. Mas a CNTU aponta que, nos últimos anos, todos os segmentos sociais enfrentaram a perda de eficiência do trafego, com crescentes congestionamentos.

Seja pela história de incentívos à indústria automobilística desde a década de 50, como opção brasileira pelo desenvolvimento baseado na infraestrutura rodoviária, seja pelas recentes políticas de enfrentamento à crise internacional, de estímulo à produção e à compra de automóveis, a concentração de veículos nos centros urbanos só tem aumentado, sem políticas de mobilidade capazes de dar vazão a esse contingente.

A precariedade na oferta de serviços e as altas tarifas do transporte público restringem as oportunidades de trabalho, além de dificultar o acesso à educação, saúde e lazer. Diante disso, a CNTU inicia uma campanha para que, desde já, o tema da mobilidade seja tratado como prioridade entre as políticas urbanas, com os necessários investimentos e um planejamento de longo prazo. A campanha buscará esclarecer e conscientizar a sociedade para a urgência de medidas que assegurem a direito de ir e vir para todas as pessoas.

De acordo com a CNTU, não se trata de abolir o uso do carro, mas de restringí-lo, a exemplo de experiências internacionais bem-sucedidas. Também é possível integrar o transporte individual ao coletivo, através da inibição, superposição ou complementaridade dos sistemas. Em um país em que o automóvel está fortemente associado às necessidades das famílias, transformar o usuário do automóvel em aliado é o grande desafio das políticas de mobilidade urbana.

Estudo realizado pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), baseado em 423 cidades, mostra que o custo total da mobilidade em 2010 foi de R$ 167 bilhões, sendo R$ 135 bilhões em transporte individual e R$ 31 bilhões em coletivo. Destes, os custos associados à poluição e acidentes de trânsito (externalidades) são de R$ 17 bilhões/ano, dos quais R$ 13,4 bilhões por transporte individual e R$ 3,6 bilhões por coletivo.

A médio e longo prazo, a campanha da CNTU é ousada. Propõe estabelecer o ano de 2022, do Bicentenário da Independência do Brasil, como marco de conquista da completa inversão do atual sistema de mobilidade urbana para um baseado em transporte público.

Para essa transição, o país já dispõe de alguns instrumentos, como a Lei da Mobilidade Urbana e o Estatuto das Cidades, que precisam ser aplicados e respeitados. Também são importantes as ações previstas no chamado PAC da Mobilidade Urbana Grandes Cidades, que disponibilizou R$ 32,7 bilhões para o transporte público coletivo nos 51 municípios com mais de 700 mil habitantes. Entre eles, estão os que sediarão a Copa de 2014. Para 75 cidades de médio porte, com populações entre 250 e 700 mil habitantes, foram destinados R$ 7 bilhões a investimentos em transporte público e construção de vias urbanas.

Para a CNTU, essas ações são positivas, mas não suficientes para mudar o quadro no País. Por isso, até 2018, a campanha propõe iniciar um consistente, democrático, cooperativo projeto de reforma urbana nas metrópoles e grandes cidades do País: uma nova cidade para o século XXI. E, até 2022, ter implantado transporte público em todas as cidades do País, nos padrões mais elevados do mundo: para todos, confortável, seguro, menos poluente, bilhete integrado.

A campanha “Com Mobilidade todos ganham” será tema da edição nº 2 da revista Brasil Inteligente, que apresentará as oito campanhas da CNTU. O lánçamento conjunto com um Kit das Campanhas será parte da programação da 4ª Jornada CNTU - Brasil Inteligente, que debaterá os desafios da década para que o país chegue ao Bicentenário da Indpendência, em 2022 com desenvolvimento e justiça social. As atividades terão início às 9h de 24 de maio (sexta-feira), no Auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo.

Saiba mais sobre o evento.

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