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Cresce Brasil

O Seminário Cresce Brasil SC - saneamento em xeque e energia em choque, promovido pela FNE e Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina (Senge-SC), no último dia 18, reuniu mais de 160 engenheiros de todo o país no auditório da Fiesc, em Santa Catarina, para debater com especialistas e autoridades os grandes SCE desafios para levar água tratada e esgoto sanitário a todos os brasileiros e os gargalos do setor elétrico, setores fundamentais ao desenvolvimento do país. O evento integra o projeto CREBRASIL + engenharia + desenvolvimento, idealizado e lançado em 2006 pela FNE. "A pujança da engenharia no contexto de crescimento e desenvolvimento do país credencia os profissionais da área a serem atores protagonistas na discussão e nas soluções para estes setores estratégicos fundamentais", salientou o presidente do Senge-SC, José Carlos Rauen, ao abrir o evento, lembrando que o Estado tem mais de 70 escolas de Engenharia, formando mais de 4 mil engenheiros anualmente, num contexto em que o mercado de trabalho se expande exponencialmente.

O presidente da FNE, Murilo Pinheiro, lembrou que o Estado foi sede do primeiro debate realizado dentro do projeto CRESCE BRASIL. "Tenho certeza de que sairemos daqui com propostas bem claras para discutir com a sociedade brasileira", salientou, referindo-se à Carta de Florianópolis, documento que reunirá as propostas resultantes dos debates. Presentes na abertura do evento, o presidente da FIESC, Glauco José Corte, os deputados estaduais Reno Caramori, Renato Hinning, Ângela Albino e Dirce Heiderscheidt, o senador Delcídio do Amaral, presidente da Frente Parlamentar do Carvão Mineral, diretores da Celesc, Eletrosul e Casan.

SETOR ELÉTRICO

A reinserção do carvão mineral como efetivo componente da matriz energética do país e a necessidade de se aprimorar a eficiência energética, cujas perdas hoje são calculadas em torno de 30% no caminho entre a geração, a transmissão e a distribuição de energia, e as mudanças provocadas no mercado pela Lei 12. 783/2013, que antecipou a renovação das concessões, foram os três principais pontos abordados pelos palestrantes e debatedores do painel "Perspectivas e impactos econômicos do suprimento de energia no curto prazo e o ambiente de investimentos".

Participaram do debate mediado pelo diretor do Senge-SC e presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas, José Latrônico Filho, Márcio Pereira Zimmermann, secretário executivo do Ministério das Minas e Energia (MME), o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, o diretor da ANEEL, Julião Silveira Coelho, senador Delcídio Amaral, o presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica (APINE), Luiz Fernando Leoni Vianna, o coordenador do Comitê da Fiesc para o Carvão Mineral, Cláudio Zilli, além dos diretores da Eletrosul e da Celesc, Ronaldo Custódio e Enio Branco, respectivamente, e dos presidentes da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Luiz Zancan e da Desenvix, Robert João Coas.

Frases setor elétrico

"O carvão mineral no Brasil representa cerca de 1% das emissões de gases de efeito estufa e o país tem, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, uma quantidade de carvão equivalente a todas as reservas de petróleo brasileiro." Engenheiro Luiz Fernando Zancan, presidente da ABCM

"O maior desafio que o governo brasileiro tem no setor é a política tarifária"

Robert João Coas, presidente da Desenvix, consultoria de negócios em energias renováveis.

"O Brasil tem um consumo médio per capta de 2.201 kilowatt/hora por ano e precisa dobrar sua capacidade instalada nos próximos 15 anos. É um grande desafio, mas temos condições de vencê-lo". Márcio Pereira Zimmermann, secretário executivo do Ministério das Minas e Energia.

E mais...

- O Brasil tem hoje ao redor de 70 milhões de consumidores de energia elétrica, com cerca de 115 gigawatts de capacidade instalados.

- 80% da matriz energética brasileira é composta por hidrelétricas de todos os portes, um dos maiores índices de energia renovável do mundo.

SANEAMENTO

Mais do que dinheiro, o saneamento no Brasil precisa de gestão qualificada nas empresas concessionárias, públicas e privadas, o que inclui necessariamente a incorporação de tecnologias, qualificação profissional e transparência efetiva. Na mesma proporção, é fundamental maior pró-atividade dos gestores públicos, essencialmente dos prefeitos, a quem cabe, constitucionalmente, a prestação dos serviços de água e esgoto.

A avaliação ancora-se, entre outros dados, no atraso na elaboração dos planos de saneamento básico pelos municípios, que deveriam estar prontos em meados do ano passado, como determina a lei 11.445, que instituiu a Política Nacional de Saneamento em 2007, e as perdas médias anuais de mais de 40% de água registradas pelas empresas de saneamento, privadas e públicas. Este foi o ponto central do painel A qualidade na gestão, os planos de saneamento e a regulação no país, segundo tema debatido pelos engenheiros no Seminário Cresce Brasil SC - saneamento em xeque, energia em choque.

Mediado pelo vice-presidente da FNE e diretor de Comunicação do Senge-SC, Carlos Abraham, o painel teve como palestrantes Dante Ragazzi Pauli, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Saneamento Ambiental (ABES), José Aurélio Boranga, assessor da presidência da Sabesp, José Homero Pinto, superintendente da Corsan (RS) e Sérgio Antônio Gonçalves, assessor da Secretaria de Planejamento da União. Como debatedores, o diretor de Operação e Meio Ambiente da Casan, Valter Galina, o presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da FIESC, José Lourival Magri e o embaixador do Instituto TRATA Brasil, Raul Pinho.

FRASES SANEAMENTO

"14% das empresas concessionárias apresentaram um déficit financeiro total em 2010 de R$ 1 bilhão. Não há PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) que agüente!" Dante Ragazzi Pauli, presidente da ABES

"Não é só dinheiro que resolve. De 2001 a 2005, foram disponibilizados anualmente em média R$ 5 bilhões. Desde 2007, esse valor chegou a R$ 10 bilhões, mas não conseguimos contratar nem R$ 5 bilhões. As empresas têm problemas nos projetos de engenharia e não conseguem fazer licitação, porque não investem qualificação." Sérgio Antônio Gonçalves, assessor da Secretaria de Planejamento da União.

Saneamento no Brasil

• 38 milhões de pessoas não têm acesso à água canalizada

• 108 milhões sem coleta de esgoto

• 125 milhões sem tratamento de esgoto

• 13 milhões sem instalações sanitárias

• 1.227 mortes/ano por infecção intestinal

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)

Saneamento em SC

• 98,7% da população têm acesso à água nos 204 municípios atendidos pela Casan,

• 12% da população catarinense é atendida pela rede de coleta e tratamento de esgoto. Na área de atuação da Casan, este índice é de 18,2%

• R$ 1,5 bilhão serão investidos nos próximos quatro anos pela Casan para levar a rede a 45% da população

• Em três anos, a Casan quer ampliar de 55% para 75% a cobertura da rede de coleta e tratamento de esgoto em Florianópolis.

Fonte: Valter Galina, diretor de Operações e Meio Ambiente da Casan

E MAIS...

- 26 empresas estaduais de saneamento, públicas e privadas, atendem 75% da população brasileira

- 14 delas apresentaram déficit financeiro total em 2010

(Fonte: Senge-SC)

Autor: Senge-SC

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