O Brasil deverá apresentar o 3º "Inventário Nacional de Emissões Antrópicas e Remoções por Sumidouro de Gases de Efeito Estufa Não Controlados pelo Protocolo de Montreal" durante a 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP/UNFCCC, na sigla em inglês), a ser realizada em Lima (Peru) em dezembro deste ano.
Cerca de 40 especialistas reuniram-se nesta quinta e sexta-feira, em Brasília, a fim de aprimorar o conteúdo do documento. O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Seped/MCTI), Carlos Nobre, participou da abertura da atividade.
"O que temos aqui é um grupo grande de pesquisadores de várias instituições do Brasil, produzindo conhecimento e apresentando dados das emissões de gás de efeito estufa (GEE) e remoções em todos os setores, desde mudanças do uso da terra, indústria, biodiversidade, agricultura e energias renováveis, entre outros", afirmou.
De acordo com Nobre, cada grupo participante apresentou o progresso dos trabalhos para avaliar a atual situação do inventário. "Estamos finalizando um documento muito importante, que vai compor a terceira comunicação nacional de convenção climática", disse. O inventário é um dos componentes da Terceira Comunicação Nacional do Brasil à UNFCCC.
Para a professora do departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Bustamante, uma das coordenadoras da sub-rede de uso da terra da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), o trabalho dos pesquisadores irá oferecer um quadro mais "acurado" das emissões de gases de efeitos estufa e remoções no Brasil.
"O inventário permite que o Brasil avalie as políticas públicas do setor de mitigação de mudança do clima e outras questões relevantes com relação ao uso da terra e os recursos naturais", afirmou a pesquisadora.
Avanços
Para Mercedes, o Brasil teve um "grande progresso" no combate ao desmatamento - uma das principais causas da emissão de GEE. "Foi um esforço muito grande de políticas públicas, de fiscalização e instrumentos econômicos, em especial na região amazônica. Mas a gente vê essas medidas serem aplicadas em outras regiões, como Cerrado e Caatinga, o que mostra que a articulação entre os setores é fundamental para o sucesso no combate ao desmatamento".
Organizada pela Coordenação Geral de Mudanças Globais de Clima do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e desenvolvida por diversas instituições, a Comunicação Nacional teve a primeira edição lançada em 2004 e a segunda, em 2010. A terceira versão deve passar por uma consulta pública entre os meses de julho e outubro.
Fonte: noticia-brasil_levara_inventario_de_emissoes_a_conferencia_do_clima_da_onu-025743_11062014
Autor: Raphael Rocha - Ascom/MCTI