Força
Pela manhã, na comemoração organizada pela Força Sindical, na praça Campo de Bagatelle, na zona norte, compareceram os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e do Turismo, Marta Suplicy, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT/SP).
Paulo Pereira da Silva disse que, em todos os anos, no Dia do Trabalhador, as centrais sindicais acabam realizando manifestações com temas diversos e distintos uma das outras. Mas neste ano, todos estão focados na defesa da redução da jornada. Além disso, as centrais saíram em defesa da ratificação das convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT): a 151, que garante negociações e greve dos servidores públicos, e a 158, que garante empregos ao setor privado. Paulinho anunciou que, no próximo dia 28, será realizado o dia nacional de manifestações em favor dessas medidas.
CUT
A CUT promoveu quatro festas no estado, sendo a principal no autódromo de Interlagos (zona sul), com 500 mil pessoas, e outras três em São Bernardo, Guarulhos e na zona norte de São Paulo, em que compareceram 200 mil pessoas, segundo a assessoria da CUT.
Artur Henrique, presidente nacional da entidade, lembrou da aprovação da Constituição de 1988, que reduziu a jornada de 48 para 44 horas semanais, e afirmou: "Vinte anos depois, colocamos como a principal pauta dos trabalhadores uma nova redução".
Segundo ele, a mudança aumentaria o número de vagas de trabalho no país e daria condições para que os trabalhadores já empregados pudessem se qualificar. "Falam que o problema de emprego o Brasil se deve à falta de qualificação dos trabalhadores, mas como alguém consegue estudar se trabalha oito horas por dia, faz três horas extras e demora duas horas para chegar no trabalho?"
Praça da Sé
Na Praça da Sé, no centro de São Paulo, cerca de 3 mil pessoas compareceram ao ato político promovido por Conlutas, Intersindical, MTST, PSol, PSTU e PCB. Antes do evento, a Pastoral Operária celebrou um culto ecumênico na Catedral da Sé.
As falas foram marcadas por críticas ao Governo Federal e clamaram pelo estancamento de prováveis reformas, como a da Previdência. Representantes da Conlutas e da Intersindical destacaram a importância da unidade de ambas nas lutas contra o Governo e na disputa de sindicatos "governistas". As duas organizações discutem uma possível fusão numa nova central sindical.
Outro tema recorrente no ato foi a crítica às celebrações da CUT e Força Sindical, que ocorriam simultaneamente nas zonas sul e norte da capital. Os pontos mais criticados foram a despolitização dos atos, os megashows e os sorteios. A CUT não realizou sorteios.
Após a concentração na Sé, os manifestantes caminharam até a Praça do Patriarca, em frente à Prefeitura paulistana. Lá, ataques à política de "higienização do centro" promovida pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) também fizeram parte das críticas vindas do carro de som. A apresentação do ato ficou por conta de Édson Carneiro, o Índio, da Intersindical. Em uma de suas intervenções, ele afirmou que o 1º de maio "não pode ser financiado por bancos, como está acontecendo hoje".
O resgate da tradição internacionalista do 1ºde maio também foi abordado por diversos oradores. A todo momento chegavam ao carro de som informes sobre mobilizações em outros países, como a dos portuários da costa leste dos Estados Unidos que realizaram uma paralisação neste 1º de Maio. Nos Estados Unidos, o Dia do Trabalhador não é feriado.
José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU e coordenador da Conlutas, concentrou seu discurso na presença de tropas da ONU no Haiti, sob o comando do exército brasileiro. Zé Maria pediu uma vaia às tropas e ao governo federal e aplausos para o povo haitiano.
Nova central
O presidente da Nova Central dos Trabalhadores, José Calixto Ramos participou em Brasília de ato com a CTB, CGTB, CNT e Contratuh, na Praça do Relógio, em Taguatinga. Ao discursar para o povo reunido, Calixto enfatizou que "o atual momento é alvissareiro”, e conclamou a “unidade dos trabalhadores contra os juros altos e pelo fortalecimento da política desenvolvimentista".
O ato político-cultural do maio brasiliense reuniu, segundo os organizadores, cerca de 3 mil pessoas. As lideranças sindicais e políticas defenderam a redução da jornada de trabalho, as convenções 151 e 158 da OIT e também um salário mínimo regional de R$ 600.
UGT
A União Geral dos Trabalhadores realizou sua principal comemoração do 1o de maio, em Carapicuíba/SP. Na pauta, a defesa da redução da jornada e a transposição das águas do Rio São Francisco.
A entidade homenageou os nordestinos do Brasil e de São Paulo, com uma festa,cujo tema “60 Anos de Baião – Tributo a Gonzagão”, que teve a apresentação inédita do grupo Os Gonzagas – composto por Chiquinha, Joquinha, Daniel e Sérgio Gonzagão, irmã, sobrinhos e neto, respectivamente, de Luiz Gonzaga – que dividiu o palco com Elba Ramalho, Trio Nordestino. A estimativa do público foi 1 milhão de pessoas.
CGTB
A CGTB realizou manifestações em Itatiba, onde reuniu cerca de 15 mil pessoas em ato organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos, em Araraquara, Santos, Campinas e São Carlos, os últimos em parceria com outras centrais. A central também organizou comemorações em Brasília, com a Nova Central, CTB e UGT, e em Belém do Pará, na Praça do Operário.
“Derrotamos o neoliberalismo, derrotamos o atraso, avançamos nas conquistas e juntos, unidos e organizados elegemos um operário presidente da República”, discursou o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Antonio Neto, na comemoração pelo 1º de Maio, em Interlagos. Neto destacou ainda que “esse Governo vem fazendo do Brasil aquilo que seu povo merece. Crescemos, desenvolvemos e geramos empregos, derrubando todas as teses do neoliberalismo”, completou.
CTB
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) organizou em São Paulo, em conjunto com a União Sindical dos Trabalhadores (UST), reuniu, durante todo o dia, milhares de pessoas na Praça Brasil, Cohab José Bonifácio — também conhecida como "Cohab II" —, para prestigiar o show cultural e o ato político da central. Segundo Onofre Gonçalves de Jesus, secretário-geral da CTB/SP e responsável pela organização do evento, a região, que fica na Zona Leste da cidade, conta com cerca de 170 mil famílias — umas das maiores comunidades paulistanas.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, o ato superou as expectativas. "Tivemos pouco tempo para a preparação e divulgação, por isso o número de pessoas presentes surpreendeu", disse ele. O presidente da CTB ressaltou que durante o ato político a população permaneceu atenta às mensagens dos líderes sindicais e políticos. "Este dia é muito importante para os trabalhadores e valeu o esforço gigantesco dos organizadores do evento para obtermos o sucesso que vimos aqui", destacou.
Mulheres
O Sindicato das Trabalhadoras Domésticas, o Fórum de Mulheres de Pernambuco e SOS Corpo participaram de ato público a fim de reivindicar os direitos de trabalho para as mulheres. A mobilização foi realizada na Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista.
Entre as cobranças dos movimentos feministas, está a proteção social, uma vez que a maioria das mulheres está fora do sistema de previdência; a quebra da divisão sexual do trabalho doméstico, que gera a dupla jornada; a maternidade livre e desejada; e os direitos das trabalhadoras domésticas. ?Queremos que o trabalho seja uma fonte de realização e não de exploração?, defende a pesquisadora do SOS Corpo, Verônica Ferreira. A pauta tem pontos em comum com as propostas pelo Sindicato das Trabalhadoras Domésticas. "Nossa luta é por uma jornada de trabalho definida, pelo direito ao FGTS, acesso à Comunicação por Acidente de Trabalho (CAT), carteira assinada e previdência social", esclarece a presidente da entidade, Eunice do Monte.
De acordo com a Diretora da Secretaria de Mulheres da CUT, Tereza Souza, este foi o primeiro ano em que o movimento de mulheres participou expressivamente das manifestações em torno do Dia do Trabalho."Antes existia uma idéia de que o dia 8 de março era da mulher e o 1º de maio seria dos homens. Estamos nesse ato provando nossa força, unidas nos ideais, mas também com reivindicações específicas da classe",declarou. Assim como os homens, o movimento de mulheres cobra a redução da jornada de trabalho sem a diminuição do salário. (Com Diap, Agências e Le Fil Comunicação)