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Os moradores de Barão de Cocais, no estado de Minas Gerais, assim como a midia, autoridades e profissionais das áreas técnicas em todo país, estão em estado de alerta e grande preocupação desde que a mineradora Vale alertou que uma nova barragem de Minas Gerais, desta vez naquela cidade, pode se romper a qualquer momento, em um período estimado entre o domingo (19) e o próximo dia 25.

Para entender o risco iminente, a rádio Sputnik Brasil entrevistou na sexta-feira (17), o engenheiro civil José Lyra, especialista em engenharia estrutural e prevenção, que foi taxativo em relação aos desastres anteriores, de Mariana e Brumadinho. Faltou engenharia!

Lama e destruição após rompimento da Barragem do Fundão em Mariana (MG). Antonio Cruz/ Agência Brasil

Embora em ambos os casos houvesse profissionais da área, Lyra se refere a medidas de prevenção que faltaram por parte da empresa, levando no segundo caso a tentativas arriscadas de aliviar a pressão da lama sobre a parece de contenção. O remédio foi a doença - disse ele.

Em termos de prevenção, Lyra criticou o fato de que a Vale tenha erguido a represa sem a preparação e deslocamento de populações próximas para novas cidades planejadas e com melhor qualidade de vida, que deveriam ser construidas ao mesmo tempo pela empresa, a exemplo do que ocorre com vilarejos e cidades antes de serem inundados por grandes hidrelétricas. Aĺém disso, faltaram barreiras de contenção no percurso natural da lama, para redução do impacto do vazamento ou ruptura.

Lyra criticou o fato de que, após Mariana, não tenham sido adotadas providências para preservar vidas não apenas em Brumadinho, mas também agora a segurança da população em Barão de Cocais, com a possível destruição dos seus vilarejos ao redor da barragem.

Outro problema, de acordo com o engenheiro, foi a tentativa de perfuração de drenos com uso da água que, ao invés de abrir caminho na terra, serviu para enxarcá-la ainda mais, aumentando a fragilidade da parede de contenção.

A FNE tem defendido a adoção de políticas que tornem obrigatórias medidas para garantir segurança de equipamentos públicos de grande envergadura, além de sua manutenção técnica permanente, com o necessário investimento em obras, planejamento e serviços de engenharia. Um seminário especializado foi promovido pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de SP (Seesp) e transmitido pela federação, apontando caminhos.

O risco iminente de um desastre em Cocais mostra o quanto essas políticas são urgentes, em todo território nacional onde a vida de pessoas e o meio ambiente estão em risco.

Confira a entrevista da Radio Sputnik

Assista aos vídeos do Seminário sobre pontes, viadutos, barragens e a conservação das cidades 

 Redação FNE

 

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