Depois de registrar em novembro a primeira queda mensal em cinco anos, o nível de emprego com carteira assinada subirá pouco em dezembro, janeiro e fevereiro para se recuperar somente em março.
A avaliação é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que criticou os empresários que defendem a flexibilização das leis trabalhistas para amenizar os efeitos da crise sobre o emprego: “Penso que não é o trabalhador que tem de pagar a conta de um prejuízo que ele não fez. Na hora dos lucros astronômicos, ninguém chamou os empregados para flexibilizar os lucros. Esse é um caminho de esperteza e oportunismo”.
Lupi prevê a criação de 1,5 milhão de postos de trabalho com carteira assinada no próximo ano, apesar do agravamento da crise financeira internacional.
Mesmo sendo uma estimativa inferior à de 2 milhões de postos criados em 2008, ele se disse otimista em relação ao desempenho do mercado de trabalho em 2009. Para o ministro, a expansão da economia brasileira em 2009 será de 4,5%. A estimativa é maior que os 4% projetados pelo Ministério da Fazenda e os 3,2% previstos no Relatório de Inflação divulgado na semana passada pelo Banco Central.
De acordo com o ministro, um dos indícios de que o crescimento está sendo retomado foram os dados do comércio durante o Natal, que constataram aumento real (descontada a inflação) de 3,5% nas vendas, na comparação com dezembro de 2007. “É importante lembrar que o crescimento ocorreu em cima do melhor nível da história”, destacou. (com dados de Wellton Máximo, ABr)