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 A coluna Painel S.A, da Folha de S. Paulo, informou ontem que a Eletrobras aprovou o pagamento de até R$ 83 milhões para seus executivos em assembleia de acionistas e revoltou trabalhadores porque o momento coincide com os cortes de salários em 12,5% e a mudança do plano de saúde dos empregados para o setor privado.  Ambas as perdas que a empresa privatizada quer impor estão encontrando forte resistência do movimento sindical.

Eletrobras - Fernando Frazão/EBCA FNE e a Intersindical vêm alertanto os profissionais da Eletrobras a não assinar nenhum acordo que vá ferir a estrutura de salários vigentes. Como também a não trilhar o caminho da compensação para qualquer redução salarial. Na rodada de negociação de 24 de abril, a empresa apresentou seu plano de rebaixamento salarial para empregados que recebem acima de R$6.000,00.  A proposta é reduzir 5% para quem ganha R$6.000,00 a R$10.000,00 e de 18% para salários entre R$10.000,00 e R$15.600,00 redução. Planeja ainda negociar individualmente, caso a caso,  reduções acima de 18%.. A bancada sindical dos trabalhadores rejeitou a proposta e uma nova rodada ficou marcada estes dias 7 e 8 de maio.

Na reunião de abril, o diretor de Negociações Coletivas Nacionais da FNE, José Antônio Latrônico Filho, alertou para o equívoco da empresa com a "juniorização" do quadro de trabalhadores, ao escolher o caminho da redução de salários e da precarização, abrindo mão da experiência de trabalhadores com mais tempo de casa e remuneração.  Ele deu o exemplo da empresa Vale, que substituiu trabalhadores experientes para reduzir despesas e estes possivelmente tivessem ajudado a prevenir e evitar um desastre como o de Brumadinho.  Essa juniorização pode impactar o trabalho de "engenheiros que lidam com equipamentos de alta performance, alguns exigindo 6 a 8 anos de maturação, que é o caso dos engenheiros de proteção e controle". Esse "ganha-ganha" da empresa pode ter consequências sérias no futuro.

Plano de Saúde

 A outra retirada de direitos anunciada pela Eletrobras é a migração do Plano de Saúde dos trabalhadores das empresas do grupo, que são operados atualmente por operadoras de Autogestão (Fundação Real Grandeza, Elos Saúde, E-vida, Eletros e Fachesf) para operadoras de mercado: Bradesco e Unimed. Os trabalhadores alertam que  Eletrobras está tomando decisões unilateriais sobre isso e descumprindo o Acordo Coletivo, principalmente, no que tange a cláusula 44a, que prevê que uma Comissão Paritária Permanente de Saúde deve acompanhar e discutir melhorias nos serviços. 

O Coletivo Nacional dos Eletricitários afirma que a migração do Plano de Saúde vai deixar muitos trabalhadores e seus dependentes sem assistência médica e odontológica em diversas regiões do País, pois nestes locais o Bradesco e a Unimed não possuem rede credenciada, principalmente, em municípios interioranos. Além disso, a entidade afirma que, se esta operação for concretizada, em pouco tempo, os aposentados das Empresas do Grupo Eletrobras também ficarão sem Plano de Saúde, pois formarão uma massa envelhecida com um alto custo assistencia. Fora o grande aumento previsto no custo administrativo do Plano, os aposentados ainda terão "um prejuízo com a perda do poder de negociação das Autogestões com os Prestadores de Serviço, em função do ganho de escala, que hoje existe devido a estas operadoras fazerem a gestão também do Plano de Saúde dos ativos".

Com todas essas perdas  trabalhistas, o anúncio do pagamento dos R$ 83 milhões aos executivos da empresa causou indignação e questionamentos sobre os ganhos exorbitantes que estão muito além dos R$ 10,9 milhões aprovados no ano de sua privatização, em 2022. 

Comunicação FNE

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