Entre os tópicos estão o tarifaço do presidente norte-americano, o futuro digital, o mercado de trabalho e o nível baixo da desocupação e o 7 de setembro.

Em seguida, na seção sobre mercado de trabalho, o Boletim destaca o nível baixo da desocupação, que chegou a 5,8% no trimestre encerrado em junho, e o elevado número de ocupados, que atingiu 102,3 milhões de pessoas. Apesar da melhora de alguns indicadores, no entanto, no segundo trimestre de 2025, havia cerca de 6,2 milhões de pessoas desocupadas e a taxa de desocupação continua bastante heterogênea, o que revela desigualdades de idade, gênero e raça, denotando as barreiras estruturais no acesso ao mercado de trabalho.
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No tópico sobre inflação, nota-se que, mesmo com a incerteza da economia brasileira diante do ataque tarifário do governo americano, os efeitos dessas medidas tendem a reduzir os preços de alimentos, como carne e café, que pressionaram a inflação recentemente. A expectativa é que tanto os preços administrados quanto os livres deixem de exercer pressão significativa sobre a taxa de inflação. A análise mostra que as reposições salariais conquistadas pelos trabalhadores nas negociações refletem, em grande parte, a recomposição de perdas acumuladas ao longo do tempo. Por isso, é importante que tais ajustes não sejam interpretados como justificativa para a continuidade de uma política monetária excessivamente restritiva nem para a manutenção de taxas de juros elevadas, que acabam impondo ao país um custo significativo com o pagamento de juros da dívida pública - atualmente próximo de R$ 1 trilhão por ano. No tema das negociações coletivas, aparece a preocupação com o retorno dos reajustes salariais em percentuais abaixo da inflação. No cômputo de 2025 até julho, destaque para as categorias de turismo e hospitalidade, construção e mobiliário e comércio atacadista e varejista, todas com ganhos acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE) em mais de 80% das negociações. As regiões Sul e Sudeste lideram o ranking, com ganhos reais em mais de 80% das negociações.
Por fim, na Agenda dos Trabalhadores, destaque para o 7 de setembro, que marca o tradicional Grito dos Excluídos, um conjunto de mobilizações populares organizado pelo movimento sindical e pelos movimentos sociais em todo o país. Neste ano, a data será também um marco para o processo de votação do Plebiscito Popular, iniciativa organizada por movimentos sociais, sindicatos e diversas entidades da sociedade civil, lançada em julho deste ano. Por fim, diante do atual cenário de enfrentamento ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos e das medidas de proteção aos exportadores, anunciadas como resposta ao ataque comercial, que exigem recursos públicos, ganha relevância o destaque da Agenda dos Trabalhadores para a necessidade de se enfrentar o desafio histórico da dívida pública no Brasil, que há décadas compromete a capacidade do Estado para investir em desenvolvimento. Desde os anos 1990, o país figura entre os que mais gastam com o pagamento de juros e, em 2024, essa despesa atingiu 8,05% do PIB - quase o dobro da média dos países mais pobres e 4,2 vezes superior à dos países ricos.