Na primeira sessão plenária do I Eco São Paulo (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo), realizada na manha de hoje, dia 8, o tema em pauta foi “desenvolvimento sustentável”. O professor da Unitau (Universidade de Taubaté), Márcio Joaquim Estefano de Oliveira, abriu os trabalhos, falando sobre “avanço tecnológico e sustentabilidade” e começou discutindo exatamente a definição do termo tão em voga atualmente. “Sustentabilidade é a sobrevivência, entendida como a perenidade dos empreendimentos humanos e do planeta”, ressaltou.
Por isso, prosseguiu, o desenvolvimento sustentável implica planejar e executar ações, levando em conta simultaneamente as dimensões econômica, ambiental e social. Ele lembrou que há, contudo, aqueles que defendam, equivocadamente na sua opinião, “uma taxa mínima de crescimento, combinada com a aplicação de estratégias para proteção do meio ambiente”.
Transporte
O palestrante seguinte foi o superintendente de Planejamento Estratégico de Transporte da SP Trans (São Paulo Transportes), Laurindo Martins Junqueira Filho, que abordou o tema do ponto de vista do transporte público de passageiros. “Qualquer fluxo altera a natureza, portanto, ao planejar o sistema de transporte precisamos levar isso em consideração e fazer opções sustentáveis”, ponderou. Nesse contexto, ele lembrou a importância de se buscar fontes alternativas de energia ao diesel, principal combustível dos ônibus que circulam na cidade de São Paulo. Junqueira Filho defendeu também que o Brasil saiba tirar proveito de sua vantagem estratégica em relação à produção de etanol, cuja importância no contexto mundial só tende a crescer. “O hidrogênio é considerado o combustível do futuro. O principal insumo para produzi-lo é o gás, que é não-renovável, depois viria o metanol, excessivamente tóxico e, finalmente, o etanol. Ou seja, o combustível do futuro depende do álcool brasileiro”.
Simão Saura Neto, da Superintendência de Serviços Veiculares da SPTrans, falou sobre a pesquisa que aponta significativas diferenças em termos de consumo de combustível e emissões de acordo com as condições de operação. “Na simulação do ciclo Expresso (no corredor exclusivo, com velocidade de 25 km/h), há redução de 52% no consumo de diesel, 74% nas emissões de CO, 46% de HC e 57% de NOx e de material particulado”, relatou.
Conscientização
O papel da fiscalização no desenvolvimento sustentável foi o tema abordado por Jorge Moya Diez, engenheiro de controle ambiental da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Lembrando que “as entidades de fiscalização jamais conseguirão estar em todos os lugares”, ele conclamou os cidadãos a fazerem a sua parte. “É preciso conscientização sobre, por exemplo, desperdício de água, que já é escassa em várias partes do mundo.”
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Autor: Beatriz Arruda