Começou ontem, na cidade de Blumenau, Santa Catarina, o Encontro Econômico Brasil–Alemanha (que reúne o 25º Encontro Empresarial e a 34º Reunião da Comissão Mista de Cooperação Econômica) e um dos assuntos de interesse é o investimento estrangeiro em obras de infra-estrutura no Brasil.
De acordo com a Confederação Nacional de Indústria (CNI), mais de 1,3 mil empresários, entre eles 250 alemães, participam do evento para discutir as relações comerciais entre as nações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da economia alemão, Michael Glos, participaram da cerimônia de abertura.
A Alemanha, responsável pela aquisição de 4,4% das exportações e por 7,1% das importações brasileiras nos dez primeiros meses deste ano, é o quinto maior parceiro comercial do Brasil, segundo a Agência Brasil.
O comércio entre os países é baseado sobretudo na compra e venda de bens industrializados. Nesse segmento, o Brasil exporta automóveis, motores e aviões. Da Alemanha, são comprados tratores, maquinários agrícolas e equipamentos hospitalares, entre outros produtos duráveis. As exportações brasileiras ainda incluem minério de ferro, café e carne bovina. Até outubro, o Brasil importou US$ 7,1 bilhões e exportou US$ 5,8 bilhões para o país europeu.
Além disso, o cenário econômico brasileiro está propício para o recebimento de investimentos externos em infra-estrutura, avalia o gerente executivo de Comércio Exterior da CNI, José Frederico Álvares.
“ Se soubermos aproveitar essa oportunidade, certamente teremos capacidade de atrair novos capitais para ajudar o país na melhoria de sua infra-estrutura e logística”, disse ele na véspera do encontro
Álvares apontou as áreas de transportes e energia como prioritárias em possíveis investimentos. Sem mudanças estruturais, segundo ele, o Brasil corre o risco de estagnar suas exportações. “O Brasil é demandante de grandes obras em infra-estrutura. Se não fizermos rapidamente, a tendência é estrangular o comércio exterior brasileiro.”
Do encontro entre brasileiros e alemães, o representante da CNI mostra otimismo em relação a futuras relações comerciais entre os países e confia na possível injeção de capital europeu no território nacional. “Os alemães são parceiros naturais em possíveis melhoras estruturais. Eles têm uma tradição histórica de investimento no Brasil.” (Com dados da Agência Brasil)
Autor: Roosewelt Pinheiro/ABr