Em um leilão que durou apenas sete minutos o consórcio liderado pela Odebrecht e Furnas foi o vencedor do leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO). Mais tempo duraram os protestos de movimentos sociais na tentativa de impedir o leilão, como a Via Campesina, com presença nono prédio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde as primeiras horas da manhã.
O protesto fez parte da "jornada de lutas nacional contra a privatização das águas e a atuação das transnacionais no Brasil". Depois de pelo menos sete manifestantes presos por acusação de "agressão e dano ao patrimônio público", o leilão foi efetivado pela Aneel via sistema eletrônico, na sede do órgão em Brasília. Ganhou quem ofereceu a menor tarifa para a venda da energia, cujo preço-teto é definido pelo Ministério de Minas e Energia..
O preço final foi R$ 78,9 pelo megawatt/hora, representanto um deságio de 35,3% do preço original estabelecido pelo governo. O teto erea de R$ 122 por MWh.Participam também do consórcio a Andrade Gutierrez, a Cemig e o fundo Amazônia Energia (dos bancos Banif e Santander). O consórcio vai vender 70% da energia gerada pela usina para o mercado cativo (distribuidoras de energia) e 30% para empresas privadas.
O consórcio vencedor superou os outros dois grupos concorrentes: Energia Sustentável do Brasil (Suez Energy e Eletrosul) e Consórcio de Empresas de Investimentos Santo Antonio (CEISA) (Chesf, CPFL Energia, Endesa Brasil e Camargo Correa Investimentos em Infra-estrutura).
A usina Santo Antônio terá capacidade instalada de 3.150 megawatts, com fornecimento previsto a partir de 2012. O valor do investimento para a construção do empreendimento foi definido em R$ 9,5 bilhões (75% financiados pelo BNDES), com data de referência de dezembro de 2006.
O complexo hidrelétrico do Rio Madeira inclui também a construção de mais quatro usinas: a Usina Hidrelétrica de Jirau, também próxima a Porto Velho, capital do estado de Rondônia; uma usina binacional, chamada de Guajará-Mirim, na fronteira entre Brasil e Bolívia; e a usina Cachuela Esperanza, em território boliviano. O leilão da segunda usina brasileira, de Jirau, está previsto para o início de 2008, ainda sem confirmação de data pelo Ministério de Minas e Energia.
Autor: ABr