sociais

logos

Cresce Brasil

Indígenas da etnia Ashaninka que vivem na Terra do Rio Amônia, no Acre, na fronteira do Brasil com o Peru, representantes da Comissão Pró-índio do estado e do Centro de Trabalho Indigenista do Brasil vão se reunir para discutir como combater a exploração ilegal de madeira na região.

É que empresas peruanas ligadas ao setor madeireiro aproveitam a inexistência de marcos fronteiriços entre os dois países para invadir o lado brasileiro e promover desmatamento. Além de cometer crimes ambientais, eles invadem a Terra Ashaninka do Rio Amônia.

As reuniões, que serão realizadas no município acreano de Marechal Thaumaturgo e em Sawawo, no Peru, começam no próximo domingo (24) e vão até o dia 28 deste mês.

Segundo a representante da Associação Ashaninka, Alexandrina Pianko, do lado brasileiro moram cerca de 2 mil indígenas e não-índios que sofrem com o desmatamento feito pelas empresas madeireiras peruanas.

"A maior população indígena está assentada nessa faixa de fronteira, então todas elas, tanto indígenas quanto não-indigenas, estão sendo afetadas diretamente por conta dessas madeireiras que estão aí nessa faixa de fronteira, explorando madeiras".

Há mais de duas décadas, os ashaninka denunciam a invasão na Terra do Rio Amônia pelas madeireiras peruanas.

Segundo a assessoria de comunicação da Fundação Nacional do Índio (Funai), os povos que moram na região da fronteira entre o Brasil e o Peru estão protegidos.

Para reforçar a segurança, a administração da Funai no Acre está elaborando um documento em que solicita a construção de três postos para fiscalizar a entrada das empresas peruanas no Brasil. Não há previsão de quando esses postos começarão a funcionar

Operação Guardiões da Amazônia

O chefe substituto de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Alex Lacerda, que coordena a operação Guardiões da Amazônia, denunciou a existência de "quadrilhas organizadas" na região do município de Tailândia, no nordeste do Pará, para roubo de madeira.

Desde o dia 11, a operação apreendeu 13 mil metros cúbicos de madeira sem origem comprovada em Tailândia. "Com certeza há madeira das quadrilhas dos sem-tora. Não consigo conceber que um volume desse venha todo de planos de manejo, que estão como problemas, como alegam os sindicatos", acrescentou.

Dia 19, trabalhadores de serrarias e carvoarias e populares se revoltaram contra a apreensão de madeira e a demissão de cerca de 2 mil pessoas que trabalhavam no setor. Eles chegaram a cercar fiscais do Ibama no pátio de uma das serrarias vistoriadas

Pente-fino nas fazendas da Amazônia

O governo espera concluir até julho o recadastramento das grandes propriedades rurais dos 36 municípios campeões de desmatamento na Amazônia. Para realizar um pente-fino nas fazendas da região, deverão ser gastos R$ 50 milhões, segundo projeção apresentada ontem (19/2) pelo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart.

Ele explicou, porém, que o recadastramento das pequenas propriedades - com até 300 hectares - vai demorar mais tempo, e deverá ser encerrado em dois anos. Segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que analisou os financiamentos públicos, as pequenas propriedades são responsáveis por 18% do desmatamento na região. (Com dados da Radio Nacional da Amazônia - 21/02 e O Estado de SP - 20/02)

Leia também, no blog da Associação Ashaninka:

Índios Ashaninka promovem encontro binacional no Peru

Adicionar comentário


logoMobile