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A imprensa repercutiu intensamente a saída da ministra Marina Silva e a nomeação de Carlos Minc para o Ministério do Meio Ambiente no lugar de Marina Silva. A Folha de S. Paulo trouxe ontem a opinião dos ambientalistas que teriam comemorado com ressalvas o novo nome. Segundo o jornal, a visão geral é que Minc é uma pessoa qualificada para o cargo, mas que pouco poderá fazer se as determinações do Planalto forem contrárias à política ambiental. Diz o artigo:

"O que este governo quer é um carimbador", disse Marcelo Furtado, coordenador de campanhas do Greenpeace, em relação às licenças ambientais. Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, criticavam Marina por uma suposta lentidão na concessão de licenças a obras de infra-estrutura.

Entre as ONGs, Minc tem imagem de "boa gente", mas que teve momentos de tensão com o movimento ambientalista devido à maneira como tratou os licenciamentos ambientais enquanto secretário estadual do Meio Ambiente do Rio.

Segundo Furtado, há três desafios diante de Minc: resgatar a imagem do ministério, discursar em alto nível em fóruns internacionais, como a Convenção do Clima das Nações Unidas -na qual Marina e sua política de redução de emissões de gás carbônico por desmatamento têm tido um papel de destaque-, e lidar com as solicitações de Lula e Dilma.

O consultor ambiental Fábio Feldman, secretário do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas, elogia o novo ministro: "Minc é muito sério, é um ambientalista, foi um parlamentar brilhante. Mas acho que essas expectativas de que ele vá acelerar os licenciamentos ambientais é ilusória", afirma.

Para ele, os licenciamentos têm um trâmite que não pode ser acelerado à revelia da legislação, e é injusto imputar a Marina a responsabilidade pelo atraso em concessão de licenças. "Se você for olhar, qual foi a licença ambiental que ela não concedeu? O [rio] Madeira saiu, Angra-3 saiu."

"Selo verde"

Para Roberto Smeraldi, diretor da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, o que Lula quer é um "selo verde", ou seja, alguém com projeção nacional e internacional que possa substituir Marina como "cortina de fumaça" ambiental para a orientação desenvolvimentista do governo. E isso, avalia Smeraldi, Minc não tem. "A trajetória toda dele está ligada ao Rio. Nunca teve atuação nacional."

O ambientalista também elogia o futuro ministro. "O Minc é responsável e preparado. O problema é a política de governo que ele é chamado a implementar. Se for porque ele é bom em driblar obstáculos, confirma-se a visão de Lula do ambiente como empecilho", diz.

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