A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou em programa de rádio na última sexta-feira (31)que o governo brasileiro não tem "nenhum indício" de desaceleração nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Não vejo esse cenário. Se você pegar os gastos (com obras do PAC), multiplicamos em 3,5 vezes o que gastamos no ano passado. Tivemos um dos melhores desempenhos em 2008. Não há, tecnicamente, motivos para desacelerar as obras."
Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Dilma avaliou que há apenas torcida política por parte de alguns eixos da oposição para que o ritmo das obras do programa diminua.
Ela reforçou que, mesmo diante da instabilidade das Bolsas de Valores e da cotação do dólar, o Brasil não quebrou e que a atual situação vivida pelo país, do ponto de vista fiscal, é mais robusta do que a norte-americana ou de alguns países europeus.
"Fizemos o maior superávit primário dos últimos anos. Eles (Estados Unidos e países da Europa) têm um problema seríssimo de insolvência do sistema financeiro. Ninguém pode supor, em sã consciência, que eles não estejam em processo recessivo. O governo brasileiro tem hoje uma margem de manobra que nunca teve antes. A prioridade é o PAC inteiro, não estamos fatiando o PAC". Ao apresentar, dia 30, o quinto balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que as obras previstas nele são fundamentais para garantir o crescimento da economia brasileira, considerando o cenário da crise financeira mundial.
Durante a semana passada, a ministra afirmou que o PAC é fundamental para a manutenção do crescimento do país. Eu concordo que o Brasil tem condição de manter o atual ciclo de crescimento, pode ser até num nível um pouco menor.
Dilma explicou que a manutenção dos investimentos do programa é essencial para continuar a movimentação na economia. O PAC funciona como um fator que faz com que o país tenha, e não perca, essa agenda do crescimento econômico, pois o programa prioriza investimento na agenda do próprio governo, na agenda dos nossos orçamentos e também na agenda das suas empresas e dos seus bancos públicos. Então. o PAC se torna prioritário nas agendas de cada um de nós, disse ela .
Em dois anos e nove meses de execução do PAC, o governo concluiu 9% dos projetos, ou seja, um total de 193 obras. O quinto balanço do PAC foi apresentado no Palácio do Planalto pela chefe da Casa Civil. Ela informou que o custo das obras concluídas foi de R$ 30,6 bilhões. Entre as obras já entregues, estão 3.353 quilômetros de rodovias, 240 quilômetros de ferrovias e 54 embarcações para a Marinha Mercante, portos, hidrovias e aeroportos, além obras para garantia de recursos hídricos e de geração de energia.
O PAC foi lançado em janeiro do ano passado e prevê R$ 503 bilhões de investimentos em infra-estrutura. De acordo com Dilma, 83% do conjunto de obras do programa estão com andamento dentro do cronograma. A ministra informou que 7% delas merecem atenção por parte do governo e que, em 1%, a situação é preocupante.
De janeiro deste ano a 23 de outubro, o valor empenhado no programa chegou a R$ 10,4 bilhões, ou 34,3% acima do que o período equivalente no ano passado.
Dilma ainda ressaltou que, mesmo com a crise, os empresários estrangeiros com investimentos no Brasil não desanimaram. Aumentou o interesse de todos os parceiros, japoneses, ingleses e coreanos. Não vimos arrefecimento, destacou. Todos nós sabemos que investimento em infra-estrutura é investimento de médio e longo prazo. Para o executor do PAC, que é fundamentalmente o investidor privado, o programa dá um horizonte. Ele sabe que tem uma demanda para quatro anos, o que dá uma certa confiança, explicou.
Autor: Valter Campanato/ABr