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Cresce Brasil

Atualizado nesta semana pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e relativo a agosto último, o “Painel de Obras Paralisadas”, traz dados preocupantes sobre as obras públicas paralisadas no País. Na contramão da retomada propugnada há anos no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) com a adesão de seus sindicatos filiados, entre os quais o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) –, a análise aponta que esse grave problema aumentou significativamente nos últimos dois anos.

Conforme reportagem da Agência Senado, o percentual de obras públicas paralisadas no Brasil subiu de 29% para 38,5%  no período. “Dos mais de 22,5 mil contratos pagos com recursos da União, 8.674 são considerados interrompidos” pelo TCU. “As obras suspensas somam R$ 27,2 bilhões. O percentual é o maior desde 2018, quando 37,5% dos contratos estavam parados”, destaca a notícia.

Fonte: Agência Senado 

Ainda segundo a Agência Senado, a maior quantidade se concentra no setor da educação: 4.473. “Uma área genérica classificada pelo TCU como ‘em branco’ figura em segundo lugar, com 2.869 contratos interrompidos. Na sequência, surgem saneamento (388), saúde (289) e infraestrutura de transportes (277)”, completa.

O “Painel de Obras Paralisadas”, atualizado a cada dois anos, ainda de acordo com a publicação, informa as principais causas das obras paralisadas, estando em primeiro lugar o mau planejamento dos empreendimentos – ou seja, falta de engenharia. “O gerenciamento ineficiente dos contratos está geralmente relacionado a projeto básico deficiente; falta de contrapartida de estados e municípios; e falta de capacidade técnica para execução do empreendimento”, salienta a Agência Senado, que pontua: “De acordo com o TCU, não foram realizados estudos sobre os impactos da pandemia de Covid-19 nas obras em andamento.”

 

Em 2018, detalha a reportagem, “o poder público executava mais de 38,4 mil contratos, dos quais 14,4 mil estavam paralisados. Em 2022, o número de obras custeadas pela União caiu 41,2%, para 22,5 mil contratos”. E acrescenta, “embora a União tenha investido em menos obras, a fatia paralisada é proporcionalmente maior do que em anos anteriores”.

Retomada já!

Autor da Nota Técnica sobre o tema elaborada para o “Cresce Brasil – Recuperação Pós-Pandemia” lançado em 2020, o coordenador técnico do projeto e consultor, engenheiro Carlos Monte, foi um dos que abordaram a questão no webinar “Obras já!”, realizado pelo Seesp em 20 de julho de 2021. “Eu entendo que hoje, não tendo em vista um número mais exato sobre obras municipais e até mesmo estaduais, nós devemos ter no Brasil talvez de 15 a 20 mil obras paralisadas num valor certamente superior a R$ 100 bilhões”, estimou ele no ensejo.

Durante o webinar, Monte elencou motivos para a paralisação das obras, que incluem desde falência da empresa contratada até falta de projeto pronto da contratante. Na sua visão, a retomada não envolve apenas a engenharia, mas esta será protagonista.

“A primeira coisa que tem que ser feita é uma análise judiciosa da situação legal de cada projeto, se tem contrato ainda existente, se foi cancelado. Em seguida, perícia para ver o estado dos materiais que já foram colocados na obra em questão [...] mas, finalmente, precisa ser dito que para continuação das obras paradas você tem que ter uma comissão atuante qualitativamente escolhida, senão simplesmente isso não funciona”, afirmou na ocasião.

webinar revelou falta de planejamento, atraso nos investimentos e desperdício de recursos públicos no País que levam ao quadro recorrente. A retomada das obras paralisadas, como apontam os engenheiros em seu “Cresce Brasil”, é fundamental para que o País volte a crescer e gerar empregos de qualidade. Os dados do TCU demonstram a premência de se dar solução ao problema, levando-se em conta as contribuições e acompanhamento essenciais da categoria para tanto.

Comunicação Seesp

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