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Cresce Brasil

O Brasil precisa de engenheiros. Todos que praticamos uma profissão tão fundamental para o desenvolvimento não desconhecemos a premissa e sabemos da importância da nossa missão, da necessidade de comprometimento com projetos consistentes, detalhados e planejados em longo prazo a partir do debate com a comunidade.

Apesar disso, no discurso, uma vida vale mais do que qualquer coisa. Porém, na prática, a realidade é outra. Isso porque o Poder Executivo, cujo papel constitucional permite que escolha as obras que realizará, não escuta a engenharia, que tem a função de projetar as edificações de estrutura urbana.

Acredito que uma real política de engenharia pública como rotina nas administrações é o sonho de todo profissional comprometido com a sociedade e suas necessidades. Mas o que vemos, infelizmente, é justamente o contrário. Não há continuidade nas ações, e qualquer desculpa é motivo para não fazer quando, ao contrário, deveríamos procurar argumentos para realizar.

O que ainda falta – uma pena – é unir nosso conhecimento técnico a noções aprofundadas de gestão e até mesmo de liderança. Engana-se quem imagina que é perda de tempo envolver-se politicamente, e apenas quando assumirmos esse protagonismo poderemos deixar de lado o discurso sobre a carência de oportunidades. Só assim deixaremos de estar à margem, tornando-nos os verdadeiros líderes do avanço tecnológico em todas as áreas da profissão.

É mais do que chegada a hora de resgatar o princípio do planejamento e da participação da engenharia, em conjunto com a sociedade no processo de elaborar e propor o projeto de nação, que deve estar acima de governos e partidos políticos, especialmente no âmbito de políticas públicas e de reformas estruturais do Estado.

Estou convencido de que o Brasil é muito maior do que governos, partidos políticos e interesses corporativos, o que nos confere a imensa responsabilidade de cobrar e fiscalizar as ações governamentais, bem como propor sugestões de diretrizes para a construção de políticas e obras públicas. Experiên­cia para isso é o que não nos falta, e certamente temos muitas propostas relevantes em áreas estratégicas que, se implementadas pelos governos, em muito contribuirão para o desenvolvimento sustentável do Brasil.

É fato que o desenvolvimento econômico e social é a única maneira de tirar as pessoas da pobreza e da baixa qualidade de vida. Isso passa pela engenharia, pelo planejamento, pelas reformas estruturais e pelas políticas públicas em todo o Brasil. A equação envolve definitivamente a nossa profissão que, aliada à inovação tecnológica, deve alavancar a produtividade e o real crescimento do País.

Para que as oportunidades para a nossa profissão, em conjunto com a efetiva adoção da engenharia pública, se tornem realidade, é preciso coragem para propor as mudanças necessárias. E empenho para cobrar e pressionar o cumprimento das muitas promessas esquecidas dos nossos governantes. Somente assim vamos ver a execução de projetos que realmente farão o País se desenvolver.

Fábio Ritzmann – Presidente do Senge Santa Catarina

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