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Cresce Brasil

Diante de várias dificuldades e do cenário de crise experimentado no País, surge no município de Paragominas, no interior do estado do Pará, um empreen­dimento alternativo para minimizar impactos econômicos, prejuízos ao meio ambiente e às populações que, normalmente, são afetadas por grandes projetos convencionais voltados à produção de energia. Com capacidade de 75KWp, uma microusina de energia solar fotovoltaica, a primeira do Brasil, foi inaugurada no 5 de agosto último. A iniciativa é da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober), foi fundada em fevereiro deste ano com base nas novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que entraram em vigor em dezembro de 2015, com o objetivo de estimular a geração de energia pelos próprios consumidores e, assim, contribuir para a diminuição de impactos ambientais e favorecer o desenvolvimento econômico e social.

Para a criação da Coober foram necessários R$ 600 mil, um investimento bancado por 23 cooperados, quase todos profissionais liberais, que ratearão os resultados da microusina solar que serão descontados diretamente na conta de energia. Dependendo do nível de consumo, individualmente, o esperado é que cerca da metade do quadro funcional da cooperativa tenha a sua conta de luz completamente zerada, já que toda a energia produzida será injetada no sistema da Equatorial-Celpa, a concessionária de energia do estado do Pará. A ideia central do grupo que fundou a cooperativa era a de passar de consumidor à condição de “prossumidor”, além de contribuir para o fomento de uma matriz energética brasileira renovável e muito mais barata.

Em benefício da sociedade e do meio ambiente, a Coober busca acelerar essa transição de matriz energética centralizada para uma descentralizada, cooperativa, colaboracionista e sustentável, através da capacitação, regulamentações, tributações, financiamentos e plano de desenvolvimento para envolver as pessoas na criação de um novo modelo energético. A empresa Servenlog elaborou o projeto e os engenheiros eletricistas paraenses Makoto Kadosaki e Jander Rego, este com grande experiência no setor elétrico, foram os responsáveis pela implantação e operação do sistema.

Para o advogado ambientalista Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober, colocar a cooperativa em operação representa uma mudança histórica no setor elétrico brasileiro. “Todos nós estamos na expectativa de começar a gerar a própria energia elétrica de fonte limpa, sem agredir a natureza e sem causar prejuízos às populações que normalmente são afetadas pelos grandes projetos”, afirmou Vale.

 

Eugenia von Paumgartten é presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Pará (Senge-PA)

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