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Cresce Brasil

Nos quase 338 mil quilômetros quadrados de terras geladas da Finlândia, não existe petróleo. Em compensação, o país dispõe de uma bem desenvolvida indústria de equipamentos para os setores naval e petrolífero. Unir a matéria-prima promissora das camadas do pré-sal brasileiro com o avançado conhecimento da tecnologia para a exploração destes recursos seria o casamento perfeito. É o que defendem os representantes tanto do governo, quanto do setor privado finlandeses.

- Temos interesse em estabelecer relações comerciais com o Brasil, principalmente no setor de petróleo e gás - afirmou o ministro do Comércio Exterior e Desenvolvimento, Paavo Väyrynen.

Väyrynen esteve no Brasil e conversou não só com ministros, mas com o próprio presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Apesar de todo o interesse, tanto o governo finlandês quanto as empresas estão cientes das regras impostas pelo governo brasileiro, com a exigência de que em média 65% de equipamentos e tecnologia sejam fornecidos por empresas nacionais na fase de exploração do pré-sal. Mas essa exigência não parece intimidar os finlandeses.

Caso da ABB, fabricante de motores e equipamentos para navios e embarcações, inclusive para plataformas de petróleo. A companhia ainda não tem contratos com nenhuma empresa no Brasil, mas o plano é começar no início do ano que vem. Caso o projeto se concretize, cerca de 200 empregos podem ser criados para fabricar cerca de 20 propulsores por ano, equipamentos fundamentais para perfurações em grande profundidade.

Algumas empresas já estabeleceram parcerias, como a Lamor que, junto com o grupo brasileiro Alpina, iniciou sua entrada no Brasil. A Lamor fornece barreiras de contenção e skimmers (espécie de filtro que separa impurezas e libera água limpa), usados em caso de vazamento de óleo no mar.

Com o aumento das preocupações do setor com segurança ambiental, após o maior vazamento de petróleo da História, em abril deste ano, o fornecimento de material para a British Petroleum (BP), cliente da Lamor, deve fazer o faturamento da finlandesa aumentar em 60%, para cerca de 80 milhões por ano. Agora, a companhia quer sensibilizar o Brasil sobre a importância de estabelecer um contrato preventivo para acidentes.

- Gostaria de poder conversar diretamente com o funcionário da Petrobras que teria o pescoço em risco, caso houvesse um vazamento - brincou Jari Ahoranta, diretor global de vendas da Lamor.

UFRJ firmará convênio com universidade finlandesa

Com tanto interesse das empresas finlandesas no Brasil, foi firmada uma parceria entre a Universidade de Aalto, em Helsinque, capital da Finlândia, com a UFRJ. O convênio será assinado em outubro, durante a semana da indústria naval, promovida pela Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena). A ideia é promover o intercâmbio de informações, com a possibilidade de um fundo finlandês patrocinar bolsas de estudo.

A repórter Ana Paula Cardoso, de O Globo, viajou a convite do Ministério das Relações Exteriores da Finlândia

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