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Na quarta feira, 25.07.2012, a Eletrobras ofereceu aos trabalhadores, em greve há 11 dias, um aumento real de 1,5%, retroativo a maio, além da inflação (5,1%) medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), totalizando um ajuste de 6,6%. Os trabalhores receberão o abono em forma de 4 talões de tíquetes de alimentação, no mês de agosto. Além disso, conseguiram avanços em cláusulas importantes para a categoria e a constituição de duas comissões para avaliar as concessões no setor elétrico e estudar a viabilidade de implementação de um plano de saúde aos aposentados, em nível nacional.

Ao todo, o Sistema Eletrobras reúne 27 mil empregados em suas subsidiárias, Eletronorte, Eletronuclear, Chesf, Furnas e Eletrosul e é responsável por 38% da energia do país .Durante a greve o abastecimento de energia não foi afetado.

Na avaliação do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) é inegável o avanço da contraproposta, uma vez que o que se tinha antes da greve era apenas o IPCA (5,1%), sem nenhum ganho real. Há mais de 20 anos que os eletricitários não realizavam uma greve por tempo indeterminado, com adesão de mais de 90% dos trabalhadores das 14 empresas do Sistema Eletrobras, entre elas, Eletronorte, Chesf, Eletrosul e Furnas.

Por enquanto os trabalhadores da Eletronorte do Maranhão, Tocantins, Acre, Amazonas e Brasília aprovoram as propostas. Na Chesf, somente os trabalhadores de Alagoas informaram o fim da greve, nas redes Furnas, Eletrobras, Cepel e Eletronuclear os trabalhadores do Rio de Janeiro foram os únicos que comunicaram a aprovação das propostas e a retomada ao serviço. Os trabalhadores da Eletrosul também confirmaram a aprovação da proposta e a retomada, ontem, dos serviços.

O presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, Franklin Gonçalves, avalia a greve de forma muito positiva, pois os trabalhadores, na sua grande maioria, aderiram de forma consciente para lutarem por melhores salários, melhorias no plano de carreira e melhores condições trabalhistas.

Conforme nota da Federação, “a greve renovou a auto-estima dos eletricitários dando a certeza que esse instrumento de luta deverá ser incorporado de forma permanente para enfrentar todo e qualquer ataque aos seus direitos”.

Além disso, Franklin Gonçalves afirma que os eletricitários não permitiram romper acordos já estabelecidos e firmados no período do Governo Lula e exigiram respeito a este instrumento de pressão dos trabalhadores, que é a greve.

“Estes avanços tão importantes para nós são fruto de muita luta e unidade, inclusive de outras entidades sindicais”, disse o presidente da FNU. Segundo informações da Federação, diante do avanço na contraproposta apresentada pelo Sistema Eletrobras, a recomendação do Coletivo Nacional dos Eletricitários é pela sua aprovação em todas as assembleias que serão realizadas entre os trabalhadores das estatais.

No entanto, eles permanecerão em alerta para enfrentar os novos desafios futuros. “Teremos que aumentar nossa capacidade de organização e de enfrentamento, pois os horizontes que se anunciam para 2013, diante de uma crise econômica mundial e da situação de incertezas sobre a renovação das concessões, exigirão o máximo de empenho para continuar avançando em novas conquistas”, diz o informe da FNU.

Umas das pautas dos trabalhadores era que o governo fizesse um acordo em favor da renovação das concessões do setor elétrico que vencem a partir de 2015, para que esta venha favorecer os consumidores domésticos com redução da tarifa de energia e fortalecer as empresas estatais.

Segundo Franklin, esse acordo foi feito e será criada uma comissão paritária para discutir os impactos das concessões para as empresas do setor. “Este é um avanço bastante significativo, pois revela que a campanha que está sendo feita está tendo resultados positivos, principalmente porque quem perde se não acontecer a renovação serão os trabalhadores.”

Com relação às negociações com o governo federal, o presidente da FNU disse que estas semanas foram de uma conjuntura nacional extremamente favorável, pois inúmeras categorias de servidores federais estão em greve e isso obrigou o governo a tomar postura de dialogar com o movimento grevista. “Neste sentido fizemos reuniões com a Secretaria Geral da Presidência e com o Ministério de Minas e Energia, que acabaram influenciando na negociação de ontem”, concluiu Franklin.

FNE com Jornal de Floripa, Furnas Diário, Arquimese Online

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