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Gestão sustentável de recursos hídricos: para evitar a escassez de água potável no Brasil e no mundo, essa é a alternativa. A conclusão do consultor em gestão sustentável de recursos hídricos Edmundo Garcia Agudo, que atua desde 1994 junto à ONU (Organização das Nações Unidas), foi apresentada durante sua preleção no I EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo), promovido pelo Seesp e FNE, na tarde do dia 8 de novembro. Como exemplo positivo nessa área, ele citou o que foi feito na cidade estadunidense de El Paso, no Texas, e em sua vizinha mexicana Ciudad Juaréz, essa última fadada a ficar sem o precioso líquido já em 2005, devido ao desperdício e indisponibilidade do recurso para consumo humano e animal no aqüífero que abastecia ambos municípios.

Com uma profundidade de 2.500 metros, mas água doce apenas em sua superfície e salgada na maior parte, dada a superexploração e degradação, o consumo começou a se tornar impróprio para matar a sede. Contornar o problema em El Paso, onde, segundo Agudo, o gasto médio diário por pessoa era de 830 litros – quando o volume considerado adequado mundialmente é de 150 litros – exigiu gestão apropriada.

Entre as medidas, instituiu-se a cobrança pelo uso do recurso hídrico, dias de semana alternados para irrigação de residências, parques, escolas, áreas industriais, campos de golfe e cemitérios, de modo a limitar o pico de consumo, além de soluções que envolvem engenharia, como reciclagem de esgoto e dessalinização. Tudo isso, aliado ao esforço de conservação de água, garantiu, ainda conforme o consultor, que o consumo médio na cidade caísse praticamente pela metade. As possibilidades tecnológicas e a preservação do meio ambiente foram, portanto, colocadas por Agudo como formas de impedir a desertificação.

O Brasil, apesar da condição privilegiada de detentor das maiores reservas de água doce do mundo, para ele, deveria compreender que integra essa intrincada rede global – onde uma em cada seis pessoas no mundo não tem acesso à água potável – e começar a pensar em gestão sustentável desde já. Inclusive de seus aqüíferos, os quais “têm que ser considerados recursos estratégicos em épocas de crise”.

Aquecimento global

Agudo falou ainda que a elevação do nível do mar – conseqüência do aquecimento global –, além de alterar a geografia da Terra, afeta a disponibilidade de água doce no planeta. Equacionar o problema, na concepção de Rubens Harry Born, diretor executivo do Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz, passa por medidas tecnológicas, econômicas e sociais. A queda no PIB será de 20% até 2030 ou 2040 caso nenhuma providência seja tomada, disse ele. De acordo com sua preleção, isso mostra que sai mais barato investir em medidas saneadoras do que não fazer nada. “Se não quisermos ser vítimas ou cúmplices dos efeitos do aquecimento global, temos que agir.” Ele apresentou uma série de sugestões, tais como contribuir para o reflorestamento, transformar sistemas produtivos, tecnológicos, culturas e hábitos de consumo e apresentar políticas empresariais e de Estado adequadas. Entre as alternativas, Suani Teixeira Coelho, secretária executiva do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), discorreu sobre o uso de energias renováveis, com ênfase para o etanol.

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