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As centrais sindicais aproveitarão a oportunidade de uma comissão geral a ser realizada nesta terça-feira (3) pelos deputados federais sobre a proposta de redução da jornada de trabalho, sem redução de salário, para entregar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT/SP), assinaturas colhidas em abaixo-assinado pela aprovação da PEC 393/01, que propõe reduzir a jornada.

Este é o tema da Palavra do Presidente, editorial da FNE neste início de junho. No texto, Murilo Celso de Campos Pinheiro enfatiza o apoio dos engenheiros à campanha que vem ao encontro do novo ciclo de crescimento que finalmente o País vive e do anseio para que esse processo beneficie a todos e não apenas alguns. Leia também artigo de João Guilherme Vargas Netto, Uma jornada histórica, sobre as manifestações do 28 de Maio:

Uma jornada histórica

A grande jornada sindical do dia 28 de maio, quarta-feira, foi uma indiscutível vitória dos trabalhadores brasileiros.

Embora a grande imprensa, através de seus veículos, tendo subestimado a sua preparação procure diminuir ao máximo o seu alcance, só a foto da ponte estaiada de São Paulo cheia de trabalhadores que manifestavam (depois de paralisarem seus locais de trabalho, construções, fábricas ou escritórios) diz tudo e muito mais.

Os órgãos de divulgação do movimento sindical vão se encarregar de esclarecer todos os trabalhadores e a sociedade das verdadeiras dimensões da jornada, de suas bandeiras e de seus objetivos.

Há cinco grandes traços que definem o “ensaio geral” do dia 28.

Foi uma manifestação unitária que reuniu representações de seis centrais sindicais e de todos os trabalhadores. Quem se excluiu cometeu um erro, pois a grande jornada encarnou aspirações unânimes dos trabalhadores: redução constitucional da jornada de trabalho sem redução de salário e aprovação das convenções 151 e 158 da OIT.

Foi uma manifestação nacional que abarcou mais de 1,5 milhão de trabalhadores em todo o Brasil, capitais e interior, cidades grandes e cidades pequenas; uma ola percorreu o Brasil.

Foi uma manifestação efetiva; a tática correta de não tornar exclusivo um só tipo de manifestação garantiu essa efetividade, onde se contam greves, paralisações, passeatas, comícios, barracas em praças públicas e todo o resto.

Foi uma manifestação maciça. Em todos os lugares, com as bandeiras e os ativistas, manifestaram-se e sensibilizaram-se milhares e milhares de trabalhadores, ajudando a convencer a sociedade e o Congresso Nacional da possibilidade e da justeza das reivindicações. Tudo isso realça os mais de 2 milhões de assinaturas já recolhidas nos abaixo-assinados pró-redução de jornada.

Foi uma manifestação ordeira. Com exceção de Curitiba, onde a truculência da PM tentou enfrentar os manifestantes e os atingiu com bombas de gás e balas de borracha (agressão já repudiada em notas públicas e oficiais das centrais sindicais), sempre houve a preocupação de não provocar tumultos ou constrangimentos à população.

Agora, vitoriosos na batalha, mas atentos à continuação dos combates, devemos nos preparar para a sessão no Congresso Nacional no dia 3 de junho, terça-feira próxima, onde serão apresentadas as listas de abaixo-assinados e onde se demonstrará aos deputados e senadores o desejo unânime dos trabalhadores manifestado nas ruas.

Em tempo: aqui em São Paulo, os gráficos conseguiram parar durante uma hora, as poderosas rotativas do Grupo Abril.

(*) João Guilherme Vargas Netto é consultor da FNE e diversas entidades de trabalhadores em São Paulo além de integrar o corpo técnico do Diap.

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