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Cresce Brasil

O governo brasileiro fechou na sexta-feira, com a União Europeia (UE), os termos de um acordo na área de pesquisa em fusão nuclear que deverá ser assinado em outubro, em Estocolmo, Suécia, pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Comissão Europeia, o português Durão Barroso. O procedimento é pré-requisito para o país participar do projeto do Reator Experimental Termonuclear Internacional (Iter, em inglês), em construção na França.

— Para se ter uma ideia do potencial da fusão nuclear, tida como a energia do futuro, uma família de quatro pessoas pode ser abastecida por 30 anos tendo como fonte o equivalente a uma banheira com água e uma pilha de lítio — explicou o diretor da Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom), Octavio Quintana.

Quase todo o planeta já sofre déficit de energia

Ele explicou que esse tipo de tecnologia poderá se consolidar definitivamente até a metade deste século, quando será comprovada a viabilidade comercial da fusão nuclear. A iniciativa, que vem sendo trabalhada por UE, Estados Unidos, China, Rússia, Casaquistão, Índia e Japão, é uma resposta à crise energética prevista para os próximos anos. O déficit de energia já ocorre em praticamente todo o mundo, com algumas exceções, como o Brasil.

O primeiro passo a ser adotado será a construção de um laboratório para testes, no valor de R$ 10 milhões, em Cachoeira Paulista (SP). Dados extraoficiais, porém, apontam para algo em torno de 1 bilhão de euros de investimentos em equipamentos, pesquisas e na implementação de uma base industrial, só do lado brasileiro.

Ao contrário da fissão nuclear, que depende do urânio e é liberada a partir da divisão do núcleo atômico, a fusão nuclear tem como insumos a água e o lítio. Nela, dois núcleos se juntam e formam o plasma atômico, cuja temperatura é equivalente a dez milhões de graus, como se tudo se passasse no centro do Sol.

— Precisamos agora saber se a fonte de energia é factível do ponto de vista comercial — disse Quintana.

Acordo prevê direitos e intercâmbio de informações

Segundo o diretor do Departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do Itamaraty, ministro Hadil da Rocha Vianna, o acordo firmado ontem trata de temas como propriedade intelectual, intercâmbio de informações científicas e tecnológicas e de investimentos. Vianna disse o governo estava analisando os termos do entendimento há sete meses.

(O Globo)

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