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Cresce Brasil

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, espera que até o final do ano, algumas das empresas que participam do Fórum Executivo em Circuitos Integrados, que termina nesta quarta-feira (21/5), em Brasília, já tenham avaliado o cenário econômico-industrial do Brasil e se decidida sobre o interesse em investir e instalar uma fábrica no País.

“Até o final desse ano, saberemos se esse evento trouxe resultados concretos ao Brasil”, disse Rezende, referindo-se ao Fórum realizado pelos ministérios da C&T; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e das Comunicações; além da empresa norte-americana de software para desenho de circuitos integrados, Cadence Design System.

O objetivo é mostrar o mercado nacional de microeletrônica e semicondutores à empresas nacionais e estrangeiras e abrir o caminho para novos negócios no setor. Entretanto, o ministro lembrou que o governo federal já deu o primeiro passo, ao oferecer incentivos fiscais específicos, contemplados no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), criado em 2007.

O programa institui alíquota zero para alguns tributos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). “O Padis já supre a capacidade de atração de investimentos e pode, com essa iniciativa do governo de criar centros de formação e de desenho de circuitos integrados, reverter a falta de investimentos em microeletrônica, que perdurava desde os anos 90”, afirmou.

Segundo Rezende, o Brasil vem fazendo há anos o esforço de atrair empresas de microeletrônica, sem sucesso. Ele lembrou o caso da Intel que, em 2001, depois de uma prospecção no mercado brasileiro, acabou instalando-se na Costa Rica. Para o ministro, exemplos assim mostram como foi prejudicial a política de proibição de importar componentes eletrônicos na década de 80.

“Resolvemos, então, agora tomar outro caminho, dizer que não perdemos o bonde, dizer que é preciso formar pessoas com capacidade para projetar circuitos eletrônicos. Até porque, o que aconteceu com a eletrônica nos últimos dez anos é que ela deixou de ser um setor apenas com equipamentos padronizados. Hoje, a microeletrônica está em quase toda atividade humana, nos eletrodomésticos, e até em componentes de carros que antes eram mecânicos”, destacou.

Para o presidente da Cadence, Mike Fister, o Brasil se constitui num atraente mercado, porque tem, além dos benefícios fiscais, um cenário de alta capacidade de consumo e um sistema educacional voltado para a capacitação de profissionais qualificados. “Sou um otimista. Acredito no potencial do Brasil e creio ainda que as empresas verão que vale a pena investir aqui”, resumiu.

História

O Brasil, nos anos 80, tinha um mercado fechado, em que atuavam cerca de 20 empresas da área de microeletrônica. Rezende lembrou que, com a abertura do setor, nos anos 90, as companhias enfrentaram dificuldades em competir com o mercado internacional.

Com isso, muitas fecharam suas portas e as estrangeiras que atuavam no Brasil resolveram se instalar em outros países. “Tudo por falta de incentivo. O governo errou na década de 90, ao considerar que o País não tinha oportunidade de investir em microeletrônica”, registrou o ministro.

Agora, por uma iniciativa do governo federal, empresas e setor acadêmico trabalharão em conjunto para investir na formação de recursos humanos e na capacitação tecnológica para que o Brasil possa dominar todo o ciclo de produção de chips (circuitos integrados), o que inclui a prototipagem.

Para isso, com o apoio da Cadence, que forneceu o software para o desenho dos circuitos integrados, e de outros órgãos, entre eles universidades, o MCT inaugurou o primeiro Centro de Treinamento para Projetistas de Circuitos Integrados do País.

Além disso, está em fase final de construção o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre. No Ceitec, os engenheiros serão formados para operar o software da Cadence, com o objetivo de dominar todo o ciclo de produção do chip, que é o desenho do circuito integrado, a prototipagem e a produção em série.

Hoje, no Brasil, depois de desenhado, o protótipo do chip tem que ser feito fora do País, segundo explicou o ministro. Rezende disse, ainda, que o Ceitec terá capacidade de produzir pequenas séries de circuitos integrados.

“Será uma fábrica para produzir algumas centenas de séries. Fábricas de celulares, por exemplo, exigem milhões de séries. Mas o objetivo do Ceitec não é o de competir comercialmente. Queremos apenas que o Brasil domine a tecnologia”, apontou.

(Fabio Lino - Assessoria de Comunicação do MCT)

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